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Julian Assange após deixar o Tribunal de Londres, que negou recurso do fundador do WikiLeaks contra a extradição dele para a Suécia | Leon Neal/AFP
Julian Assange após deixar o Tribunal de Londres, que negou recurso do fundador do WikiLeaks contra a extradição dele para a Suécia| Foto: Leon Neal/AFP

Reação

Mãe diz temer que Assange sofra tortura

A mãe de Julian Assange, Christine, afirmou que a decisão da Justiça britânica facilita a futura extradição do filho para os Estados Unidos. Ela também disse temer torturas.

"Agora Julian está mais perto de uma extradição para os Estados Unidos ou rendição. Cabe ao povo australiano usar a democracia ou perdê-la. Se eles não lutarem por Julian, ele será enviado aos Estados Unidos e será torturado. E ele é a pessoa que se levantou pelo mundo para expor a verdade", declarou.

Na Suécia, as duas mulheres que acusaram Assange de estupro e agressão sexual afirmaram estar aliviadas com a decisão do tribunal londrino, afirmou o advogado das supostas vítimas Claes Borgstroem.

"Tem sido muito difícil para elas viver com esta incerteza, especialmente desde que elas começaram a ser atacadas", completou, em referência às alegações de simpatizantes de Assange de que as acusações foram motivadas por uma estratégia secreta para derrubar o WikiLeaks.

A Alta Corte de Londres confirmou ontem a extradição para a Suécia do fundador do site Wi­­kileaks, Julian Assange, após uma batalha jurídica de 11 me­­ses. Os dois juízes responsáveis pelo processo rejeitaram os argumentos da defesa de que a solicitação de extradição do australiano de 40 anos, procurado na Suécia por supostos casos de estupro e agressões sexuais, era "in-­­ justa e contrária à lei".

Assange, que tem agora um prazo de 14 dias para apelar da decisão à Suprema Corte, não anunciou de imediato o que pretende fazer ao deixar o tribunal. "Vamos refletir sobre os próximos passos nos próximos dias", se limitou a comentar para uma multidão de jornalistas.

O tribunal não concordou com a alegação de que atos qualificados como estupro na Suécia possam ser considerados um ato con­­sensual na Grã-Bretanha. "É difícil de imaginar razoavelmente como uma pessoa pode consentir um ato sexual se afirma estar dormindo, e, além disso, o consentimento não pode ter acon­­tecido sem preservativo", afirma a corte em suas considerações.

Assange apelou no início de março da decisão emitida alguns dias antes por um juiz de primeira instância, Howard Riddle, que aprovou a extradição para a Suécia.

A detenção do australiano aconteceu após o início da divulgação no WikiLeaks e em vários jornais de prestígio mundial de 250 mil telegramas confidenciais da diplomacia norte-americana.

Após a rejeição da Alta Corte, o australiano ainda pode recorrer à Suprema Corte, mas, segundo a promotoria, é necessário cumprir certos critérios para ob­­ter a autorização de apelar à má­­xima instância jurídica. A autorização está condicionada à consideração de que a apelação é baseada em um ponto jurídico de in­­teresse geral, ou seja, um aspecto que vai além do caso jurídico de Assange.

Assange foi detido no fim do ano passado em Londres com base em uma ordem de prisão europeia. Depois de passar nove dias preso, o australiano está em liberdade condicional desde 16 de dezembro e vive na mansão de um amigo, que fica 200 km ao leste da capital, à espera de uma decisão judicial.

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