Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Tratado de Lisboa

Justiça da República Checa retira último empecilho para reforma da UE

Presidente da República Tcheca sancionou adesão do país ao Tratado de Lisboa, apesar de descordar da decisão

O presidente da República Checa, Vaclav Klaus, sancionou nesta terça-feira a adesão de seu país ao Tratado de Lisboa. A assinatura ocorreu horas depois de a Corte Constitucional da República Checa ter concluído que o Tratado de Lisboa está de acordo com a Constituição do país, levantando o último empecilho para a ratificação do documento destinado a reformar as instituições europeias. A expectativa é de que o tratado, agora confirmado pelas 27 nações da União Europeia (UE), comece a vigorar já em 1º de dezembro.

"O Tratado de Lisboa, como um todo, não entra em rota de colisão com a Constituição checa", anunciou o ministro Pavel Rychetsky, presidente do tribunal, em audiência transmitida pela televisão.

"Eu respeito o veredicto, mas absolutamente não concordo com ele", afirmou Klaus, um eurocético assumido, ao anunciar que já firmou o documento. "A República Checa não será mais um Estado soberano" quando o tratado entrar em vigor, disse o presidente checo.

A declaração de Klaus, mesmo após ter firmado o acordo, expõe o ceticismo do líder checo em relação ao bloco. Para entrar em vigor, o Tratado de Lisboa precisa da aprovação de todos os 27 países-membros da UE.

Depois de um acordo alcançado na semana passada entre a República Checa e a UE, e da decisão anunciada pela Corte Constitucional, a assinatura de Klaus era esperada como mera formalidade.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, declarou-se "extremamente satisfeito" com a decisão da justiça checa. "Espero que agora possamos nomear o mais rápido possível o presidente do Conselho Europeu e o vice-presidente da comissão", declarou Barroso por meio de nota. O último mandato da Comissão Europeia expirou com o encerramento do mês de outubro.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, notou durante um discurso no Congresso dos Estados Unidos em Washington que, com o novo tratado, a UE "ficará mais forte e terá capacidade maior de ação, e assim será um parceiro mais forte e confiável para os Estados Unidos. Sobre esta base, nós também poderemos construir parcerias estáveis com outros, acima de tudo com Rússia, China e Índia".

O primeiro-ministro da República Checa, Jan Fischer, elogiou a decisão da Corte Constitucional. "A última barreira foi levantada e não há nada mais no caminho da total ratificação", declarou Fischer.

"Contanto que o tratado seja firmado em novembro, ele pode entrar em vigor em 1º de dezembro de 2009", afirmou a Suécia em comunicado, antes de Klaus anunciar que firmou o texto. A Suécia é presidente de turno da UE. "Nós estamos muito perto da total ratificação", afirmou o primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt.

Presidente da União Europeia

O Tratado de Lisboa estabelece novas normas para o processo decisório no bloco europeu e cria os novos cargos de presidente da UE e de Alto Representante para a política externa.

Há muitos políticos cotados para o cargo do presidente da UE. O mais conhecido deles é o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. Ele enfrenta, porém, resistências no próprio país e no restante do bloco, por seu apoio à Guerra do Iraque e pelo fato de a Grã-Bretanha não ter aderido ao euro nem ao Acordo de Schengen, uma área de livre circulação de pessoas.

Entre os concorrentes aparecem o primeiro-ministro da Bélgica, Herman Van Rompuy, o primeiro-ministro da Holanda, Jan Peter Balkenende, e também o primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker. Também já foram mencionados como potenciais aspirantes ao posto a ex-presidente da Letônia Vaira Vike-Freiberga e o ex-primeiro-ministro da Irlanda John Bruton. O mandato do presidente da UE será de dois anos e meio, prorrogável por uma vez.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.