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Um tribunal de Bangladesh condenou nesta terça-feira (1º) à forca Salauddin Quader Chowdhury, um dos líderes do principal partido da oposição, por crimes contra a humanidade na guerra de independência do país em 1971, informou a imprensa local.

Chowdhury, do Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP) e membro do Parlamento, foi considerado culpado por genocídio e assassinato, entre outras acusações, segundo o portal "bdnews24".

O político, de 64 anos e que chegou ao tribunal sorrindo, também foi condenado por comandar torturas em sua casa ao lado de seu pai, Fazlul Quader Chowdhury, líder de uma organização que apoiou o Paquistão no conflito, além de sequestro e de expulsão de hindus de Bangladesh.

A segurança foi reforçada no tribunal, na sede do BNP, na Suprema Corte e em outras zonas da capital do país, Dacca, e na cidade de origem do político, Chittagong.

Chowdhury foi considerado culpado de nove dos 23 delitos pelos quais estava sendo julgado. O político é o primeiro parlamentar e membro do BNP a ser condenado pelo conflito, no qual segundo dados não oficiais morreram três milhões de pessoas e milhares de mulheres foram estupradas.

Desde fevereiro, o tribunal de crimes de guerra condenou seis altos funcionários do Jamaat-e-Islami (JI), principal partido islamita de Bangladesh. Cinco deles foram sentenciados com a pena de morte, e outro a 90 anos de prisão, mas na apelação o Supremo elevou a sentença para a forca.

Os julgamentos são uma promessa eleitoral da primeira-ministra, Sheikh Hasina, da Liga Awami, que criou em 2010 um tribunal para julgar os crimes de guerra.

Quase todos os acusados pertencem a JI, uma pequena mas influente organização que se aliou com o BNP (que também tem membros julgados) e com grande capacidade para mobilizar suas bases.

Por isso, tanto o JI, que se tornou ilegal em agosto, e o BNP acusam o governo de criar um tribunal com fins políticos.

As penas motivaram protestos islamitas e 150 pessoas morreram desde janeiro em confrontos com a polícia, que utilizou "uso excessiva" da força, segundo organização Human Rights Watch (HRW).

A violência costuma aumentar em Bangladesh quando se aproximam importantes datas eleitorais, como as eleições legislativas marcadas para o início do ano que vem.

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