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Nova Iorque (Folhapress/AFP) – A pedido da NSA (Agência de Segurança Nacional, da sigla em inglês), o Departamento de Justiça dos EUA irá investigar o vazamento, para o jornal New York Times, de informações sigilosas sobre seu programa de espionagem. Tal vazamento deflagrou um forte revés político para o governo de George W. Bush ao revelar, há duas semanas, o uso extenso de escutas telefônicas sem autorização judicial desde 2002.

Sob saraivada de críticas de ilegalidade e abuso de poder, o governo defendeu que o monitoramento de conversas foi feito dentro dos limites legais, no marco das regras aprovadas após o 11 de Setembro. Porém o principal senão ao programa é a realização de escutas sem o aval de uma corte secreta criada especificamente para acompanhar assuntos de espionagem, conforme lei de 1978.

Democratas e republicanos prometeram investigar o programa de monitoramento e outras práticas de inteligência e contra terrorismo suspeitas, como a rede de prisões secretas no exterior.

O Departamento da Justiça não confirmou oficialmente a investigação e não há detalhes sobre o processo, que deverá se concentrar nos funcionários da NSA que passaram informações secretas no último ano ao Times, que garantiu o sigilo das fontes.

A Casa Branca garantiu ontem não ter participação na abertura de uma investigação sobre o vazamento à imprensa de que Bush autorizou escutas telefônicas nos EUA sem mandado judicial.

Segundo o jornal, milhares de moradores e cidadãos dos EUA foram grampeados em conversas com suspeitos no exterior. Ligações domésticas não teriam sido monitoradas. Para o presidente, as liberdades civis no país não foram desrespeitadas.

Não se sabe se os repórteres do Times serão interrogados sobre suas fontes.

Além da reação contra os grampos clandestinos, o apoio à plataforma de "guerra ao terror" do presidente Bush está minado pela crescente desconfiança de abuso de poder e ineficiência. Segundo o jornal Washington Post, a CIA mantém hoje seu maior programa secreto de espionagem desde a Guerra Fria.

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