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Protesto realizado por ativistas junto às Linhas de Nazca, no Peru | Greenpeace/Reuters
Protesto realizado por ativistas junto às Linhas de Nazca, no Peru| Foto: Greenpeace/Reuters

O Primeiro Juizado de Investigação Preparatória de Nazca rejeitou o pedido de prisão preventiva e de impedir a saída do país de vários ativistas da organização internacional Greenpeace, que danificaram as Linhas de Nazca, ao sul do Peru, segundo declarações da promotora responsável pelo caso, divulgadas neste sábado.

A promotora Velia Begazo declarou estar consternada com a decisão da juíza, Patricia Bejarano, que argumentou que não poderia determinar a prisão porque "não há um domicílio para notificar", já que os ativistas são estrangeiros de passagem pelo Peru.

A magistrada rejeitou o pedido de impedimento de saída do país do colombiano Reuters Herbert, de 37 anos, da alemã Iris Wiedmann, de 32 anos, e do argentino Mauro Nicolás Fernández, de 34 anos.

De acordo com a denúncia, estas três pessoas e outras nove que ainda não foram identificadas entraram na segunda-feira, de madrugada, na área onde estão desenhados os enormes geóglifos conhecidos como as Linhas de Nazca para colocar uma mensagem a propósito da cúpula climática de Lima (COP20).

A promotora disse ter entregado à juíza as contas do Twitter dos ativistas do Greenpeace, mas Bejarano respondeu que a rede social não é um domicílio real.

A ministra de Cultura do Peru, Diana Álvarez-Calderón, pediu ao Poder Judiciário "compromisso com o patrimônio nacional".

"Eu duvido que a juíza não tenha sabido deste caso e tempo para notificar os envolvidos", declarou a ministra.

Álvarez-Calderón enviou uma carta à representante da Unesco no Peru, Magaly Robalino, para expôr os danos causados nessa região do litoral sul do Peru.

Além de expressar "profunda preocupação pessoal e institucional" com o ato, a ministra informou que o grupo do Greenpeace entrou "em um lugar arqueológico sem autorização, aproveitando a escuridão da noite e caminhando sem os equipamentos de proteção necessários, até chegar ao geóglifo conhecido mundialmente como o Colibri".

"Instalaram uma tela com uma mensagem em inglês que dizia: "Tempo para a mudança, o futuro é renovável: Greenpeace", detalhou.

Acrescentou que estas atividades "foram documentadas pela ONG através de fotos no local e aéreas (drone), vídeos dos preparativos da instalação, e sobrevoos realizados na primeiras horas do dia; todas elas foram divulgadas nas redes sociais".

A ministra reportou à Unesco que o Ministério de Cultura, a promotoria e a Polícia Nacional inspecionaram a região e confirmaram "os graves danos causados no entorno do Geóglifo do Colibri em uma área de 1.600 metros quadrados".

Segundo ela, "a rota que seguiram para chegar ao geóglifo ficou marcada de maneira irreparável, agregando a isso, a perturbação do terreno do entorno da figura do Colibri pelo efeito do movimento e circulação de pessoas para efetuar os atos indicados".

A onda de críticas que a organização ambientalista recebeu por esta ação, levou o diretor do Greenpeace, o sul-africano Kumi Naidoo, a viajar na quinta-feira até Lima, onde disse que a organização internacional fará "todo o necessário para sanar o problema" causado em Nazca.

Ele disse que buscará se reunir com as autoridades peruanas. Mas esse encontro até o momento não foi confirmado.

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