• Carregando...

A justiça da Guatemala emitiu nesta quarta-feira (26) uma ordem de prisão preventiva contra a ex-vice-presidente Roxana Baldetti, acusada de liderar um esquema de fraude fiscal junto com o presidente Otto Pérez. O recente episódio, que agrava ainda mais a crise política no país, ocorre um dia depois de a Suprema Corte de Justiça (CSJ) autorizar um pedido de investigação contra Pérez, que se nega a deixar o poder, e poucos dias antes das eleições de 6 de setembro.

Além de ser apontada, junto com o presidente, como a chefe de uma rede de fraude alfandegária denominada “”La Línea”, Roxana é acusada de conspiração, suborno e fraude aduaneira. As investigações do Ministério Público e a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), apoiada pela ONU, apontam que Pérez Molina e Roxana dirigiam um grupo criminoso que cobrava subornos pela passagem de mercadorias importadas sem pagar os impostos correspondentes.

Diante do receio de que ela possa fugir para a Itália, pois possui cidadania italiana e o país não tem tratado de extradição com a Guatemala, a Promotoria pediu sua prisão, sem direito à fiança. No entanto, seus advogados defendem que a vice-presidente possui casa e família no país, o que comprova suas raízes e descarta risco de fuga.

Roxana Baldetti foi forçada a renunciar em maio, após exercer o cargo desde 2012, será transferido para um máximo de três dias a partir de um centro de detenção especial na sede da Matamoros ao Presídio Feminino de Santa Teresa, tanto no capital deliberado pelo juiz.

Na terça-feira, a Suprema Corte de Justiça (CSJ) autorizou um pedido de investigação contra Pérez, apresentado pela Procuradoria e envolvendo às acusações de corrupção contra ele. Mas Pérez nega as acusações e garante que não renunciará, apesar dos protestos e da saída de vários dos seus ministros, incluindo da Economia e Finanças, e de outros colaboradores próximos para se afastar do escândalo.

A crise política na Guatemala começou em abril passado, quando se revelou a existência de uma organização que cobrava propina a empresários para facilitar a sonegação de impostos alfandegários. O caso sacudiu a maior economia da América Central a poucos dias das eleições de 6 de setembro. As pesquisas não apontam um vencedor com mais de 50% dos votos, levando a disputa provavelmente a um segundo turno em 25 de outubro.

O empresário opositor Manuel Baldizón, cujo candidato a vice-presidente também enfrenta acusações de corrupção da CICIG, e o humorista e ator Jimmy Morales são os mais bem posicionados nas pesquisas, seguidos por Sandra Torres, candidata de esquerda e ex-mulher do ex-presidente Álvaro Colom.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]