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O líder líbio, Muamar Kadafi, acusou nesta quinta-feira o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, de manipular os cidadãos do país que realizam uma grande manifestação contra o governo e tomaram o controle de regiões do país.

"(Osama bin Laden) é o verdadeiro criminoso", disse Kadafi por telefone à TV líbia.

O líder líbio, que está há mais de 40 anos no poder, disse que os manifestantes estão lutando entre si e que estão sob efeito de drogas alucinógenas.

Moradores de Benghazi destroem quartel de mercenários

Moradores de Benghazi destruíram um quartel usado por mercenários africanos recrutados pelo líder líbio, Muamar Kadafi, para combater a revolta nessa cidade do leste da Líbia.

"A Líbia É Livre" e "Abaixo Kadafi" dizem pichações feitas nas paredes do prédio, agora em ruínas, onde os moradores dizem que se alojava o batalhão de mercenários.

Um advogado local disse que um comitê de segurança formado por civis na segunda-feira prendeu 36 mercenários do Chade, Níger e Sudão, que teriam sido contratados pela Guarda Pretoriana de Kadafi para lutar na cidade - agora sob poder dos rebeldes.

Tratores e escavadeiras foram usados para destruir o prédio, e uma das máquinas continua no meio dos destroços. Perto dali, uma delegacia de polícia estava incendiada, com marcas de tiros nas paredes.

"Mesmo que eles tragam todos os mercenários do mundo vamos permanecer aqui e lutar no nosso país", disse Aowath Hussein Sady, 45 anos, em meio aos escombros. "O povo líbio é um só."

O biólogo Ahmed Sowesy, 40 anos, que também participou da destruição, disse que "muita gente atacou esta base, e o Exército usou armas pesadíssimas (...); muita gente morreu".

"Todos nesta região odeiam Kadafi, e estamos preparados caso ele ataque outra vez. Não temos armas, mas estamos preparados para morrer", acrescentou ele.

Após uma semana de violência que fez o governo perder o controle desta elegante cidade portuária, seus cerca de 700 mil habitantes começam a viver sob a gestão de "comitês populares". Muitos soldados desertaram no leste da Líbia.

Um policial disse que já há segurança para que ele e seus colegas voltem às ruas. "Não saíamos porque as pessoas não queriam a polícia nas ruas. Mas estamos com elas e não poderíamos deixá-las", disse Mohamed Huweidy, 24 anos.

Em Tobruk, também no leste da Líbia, um morador disse que os clãs locais jamais voltarão a apoiar Kadafi. "Com mil mortos, nenhum dos clãs irá apoiar Gaddafi", disse um homem que se identificou apenas como Breyek. "Não sabemos quem irá governar o país agora, mas os líbios precisam agir com uma só mão. Ninguém deve governar só o leste ou só o oeste."

No centro de Tobruk, uma subsede do Ministério do Interior foi incendiada e teve sua parede pichada com a frase "Abaixo Kadafi, espião americano".

No pátio restaram as carcaças queimadas de 15 veículos. "Tudo isso foi pago com dinheiro roubado do povo e era usado para oprimir o povo", disse um jovem que se identificou como Mustafa.

"Antes de sermos mortos nós falamos. Agora somos livres", disse o rapaz, erguendo as mãos para o alto.

Numa praça de Tobruk, cerca de 30 homens à paisana, jovens e velhos, montavam guarda perto do prédio incendiado do Ministério do Interior. Eles montaram tendas para se protegerem da chuva.

"Vamos daqui para Trípoli para lutar se for necessário", disse o estudante Fathi Ashour.

Um idoso em trajes tradicionais, com a cabeça coberta por um lenço e uma longa túnica marrom, afirmou: "O povo irá controlar toda a Líbia. Kadafi não fez nada de bom pelos jovens, não mudou nada. Ele não pode controlar o povo líbio. Insistimos no fim do regime. Se ele tivesse mudado as coisas, isso nunca teria acontecido, mas não. Minha vida já foi, mas fizemos isso pelos jovens. Eles precisam de um futuro."

Ali, que não informou seu sobrenome, disse: "Sou um revolucionário (...). O povo líbio já foi machucado demais. As pessoas acordaram em 17 de fevereiro (...). Não existe realmente um Exército na Líbia, vocês deveriam saber disso, só algumas poucas pessoas para proteger o regime para Kadafi e seus filhos."

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