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Muamar Kadafi conclamou na segunda-feira os líbios a libertarem o país "da Otan e dos traidores", enquanto os rebeldes do oeste começaram a sufocar uma importante via de acesso à capital.

Apesar dos desmentidos, há relatos de negociações secretas entre o regime e os rebeldes num hotel na Tunísia, o que pode levar a uma solução para a guerra civil iniciada há seis meses.

Um dramático avanço no sábado, testemunhado pela Reuters, deu aos rebeles o controle da cidade litorânea de Zawiyah, 50 quilômetros a oeste de Trípoli, o que permite aos rebeldes interromper o abastecimento de alimentos e combustíveis vindos da Tunísia para a capital.

Trípoli não sofre uma ameaça imediata, mas as forças rebeldes estão agora na sua melhor posição desde o início da rebelião contra Kadafi, em fevereiro, controlando a costa a leste e a oeste da capital.

"A queda de Zawiyah seria o maior marco para os rebeldes desde a libertação de Misrata. É um verdadeiro reforço moral para eles, e implica uma sensação de impulso", disse o analista Shashank Joshi, do Real Instituto de Serviços Unidos, de Londres.

"É um triplo golpe para Kadafi, por ser a sede da única refinaria de petróleo em funcionamento do regime, e por permitir no médio prazo que os rebeldes se beneficiem da venda de petróleo; ela também fica sobre a principal linha de abastecimento dele (Gaddafi), e bloqueia uma importante rota da fronteira tunisiana para a capital."

Uma fonte rebelde disse, no entanto, que as forças de Kadafi ainda controlam a refinaria de Zawiyah.

Paramédicos nos arredores da cidade disseram que morteiros e franco-atiradores leais a Kadafi mataram três civis. Um homem foi baleado na cabeça, e uma menina de 15 anos foi vitimada por estilhaços.

Os rebeldes têm apoio de aviões da Otan, os quais, cumprindo um mandato da ONU para proteger civis, estão bombardeando o Exército de Kadafi.

As novas exortações de Kadafi a seus seguidores foram feitas em um discurso na manhã de segunda-feira, usando uma linha telefônica ruim, e transmitido pela TV estatal só com áudio. Foi o primeiro pronunciamento dele desde que os rebeldes iniciaram sua atual ofensiva, a maior em vários meses.

"O povo líbio irá permanecer, e a revolução Fateh (que levou Gaddafi ao poder, em 1969) vai permanecer. Adiantem-se, desafiem, peguem suas armas, vão à luta para liberar a Líbia, polegada a polegada, dos traidores e da Otan", disse Kadafi, de 69 anos.

"O sangue dos mártires é o combustível para a batalha", disse ele, no que a TV líbia apresentou como um discurso ao vivo. "O fim do colonialismo está próximo. O fim dos ratos (rebeldes) está próximo, pois eles fogem de casa em casa conforme as massas os caçam."

Na ilha turística tunisiana de Djerba, no domingo, seguranças barraram repórteres da Reuters em um hotel onde, segundo uma fonte que pediu anonimato, ocorriam negociações entre representantes dos rebeldes e do governo. Em Trípoli, o porta-voz governamental Moussa Ibrahim desmentiu esse fato, atribuindo-o à "guerra midiática contra nós".

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