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A pressão sobre o líder líbio Muamar Kadafi foi intensificada na quarta-feira, quando os rebeldes que o combatem receberam reconhecimento diplomático da Grã-Bretanha e a liderança rebelde revogou uma oferta para deixá-lo permanecer na Líbia se ele abrir mão do poder.

A Grã-Bretanha, uma das principais participantes estrangeiras na campanha para afastar Kadafi, expulsou os diplomatas do governo dele de Londres e convidou o Conselho Nacional de Transição, dos rebeldes, para substituí-los.

Kadafi vem zombando dos esforços para pôr fim a seus 41 anos no poder e resistindo ao avanço rebelde, agora paralisado, e aos ataques aéreos lançados pela Otan contra suas forças e sua infraestrutura militar.

Esta semana a França e a Grã-Bretanha desistiram da exigência de que Kadafi deixe o país como parte de qualquer acordo possível - um abrandamento em sua posição que é indicativo de uma ansiedade crescente para encerrar o conflito, que já dura cinco meses.

Na quarta-feira, porém, o líder rebelde Mustafa Abdel Jalil disse que um mês atrás o CNT ofereceu-se a deixar Kadafi permanecer na Líbia, desde que renunciasse ao poder primeiro, mas que esta oferta agora terminou.

"A oferta não é mais válida", disse Abdel Jalil a repórteres na cidade de Benghazi, sob controle dos rebeldes.

A proposta foi feita um mês atrás por meio do enviado da ONU Abdel Elah al-Khatib, vinculada a um prazo de 15 dias, disse ele. Os 15 dias já terminaram.

O ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, anunciou que a Grã-Bretanha agora reconhece os rebeldes como governo legítimo da Líbia e desbloqueou 91 milhões de libras em bens congelados.

"Esta decisão reflete a crescente legitimidade, competência e sucesso do Conselho Nacional de Transição em buscar a adesão de líbios de todo o país", disse Hague em Londres.

Ele também convidou a oposição a substituir os diplomatas do governo de Kadafi que foram expulsos de Londres.

Os EUA e cerca de 30 outros países já reconheceram a oposição, potencialmente liberando bilhões de dólares em recursos congelados. A Rússia criticou essas iniciativas, acusando os países de tomarem partido em uma guerra civil.

Os rebeldes vinham havia tempo pedindo que governos estrangeiros lhes dessem acesso a bens líbios congelados no exterior, para que possam cobrir os custos diários da administração do leste do país, que está sob seu controle.

Eles receberam 1,1 bilhão de dólares em uma conferência de doadores em junho e ganharam um incentivo adicional esta semana, quando a Turquia despachou o primeiro carregamento de combustível previsto em um acordo de fornecimento no valor de milhões de dólares.

Mas os combatentes rebeldes ainda estão mal armados e, com frequência, desorganizados. Apesar de quatro meses de ataques aéreos da Otan contra as forças pró-Kadafi, os rebeldes ainda não avançaram muito em direção a Trípoli. E parece improvável que consigam um avanço importante antes do início do mês sagrado muçulmano do Ramadã, em agosto.

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