
Trípoli - Enquanto mantém os pesados ataques às forças rebeldes na Líbia, o ditador Muamar Kadafi, no poder desde 1969, enviou emissários à Europa pela primeira vez desde o início dos protestos contra o seu regime, no dia 15 de fevereiro.
A aparente tentativa de negociação ocorre pouco antes de encontro entre os ministros das Relações Exteriores da União Europeia e ministros da Defesa da Otan (aliança militar ocidental) que discutirá, entre outras coisas, a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia.
Desde o final de fevereiro, o país já sofre sanções do Conselho de Segurança da ONU que incluem veto a viagens de Kadafi e familiares.
O governo de Portugal anunciou que seu ministro das Relações Exteriores, Luís Amado, se reuniu em Lisboa com um enviado de Kadafi, cujo nome não foi divulgado. Hoje, a Chancelaria da Grécia também deve receber um emissário líbio em Atenas.
Segundo Portugal, a reunião foi feita com a anuência de Catherine Ashton, chefe da diplomacia da UE, e visava obter informações sobre os acontecimentos na Líbia antes da reunião dos chanceleres europeus, que se inicia hoje em Bruxelas (Bélgica).
O chanceler da Itália, Franco Frattini, disse ter sido informado de que outros enviados de Kadafi estavam a caminho de Bruxelas para conversar com funcionários da UE e da Otan. Segundo a Chancelaria italiana, não havia detalhes sobre a visita.
No Cairo, um oficial do Exército, que não quis revelar seu nome, disse que um dos chefes militares da Líbia, o general Abdul-Rahman al Zawi, estava em contato com a junta militar que governa o Egito desde a queda de Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro.
Acordo difícil
A ideia da zona de exclusão é demarcar um território em que os aviões das forças de Kadafi, que estão bombardeando os insurgentes, não possam voar. Caso insistam, eles podem ser abatidos pelas forças internacionais.
Em entrevista à tevê da Turquia, Kadafi afirmou que oferecerá resistência armada se as potências ocidentais aprovarem a zona de exclusão defendida pelo premier britânico, David Cameron, mas vista com restrições pelo secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates.



