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O presidente afegão, Hamid Karzai, disse nesta terça-feira (30) que pediu ao rei Abdallah, da Arábia Saudita, que ajude a facilitar as conversas de paz com o movimento fundamentalista Taleban. Karzai afirmou que sua intenção é encerrar o conflito no país.

Segundo o líder, não houve ainda negociações, apenas pedidos de ajuda. Mas ele disse que funcionários afegãos viajaram tanto para a Arábia Saudita quanto para o Paquistão, trabalhando para o fim da violência.

"Nos últimos dois anos, eu enviei cartas ao rei da Arábia Saudita e mensagens, e eu pedi a ele, como líder do mundo islâmico, pela segurança e prosperidade do Afeganistão e pela reconciliação no Afeganistão...ele deve nos ajudar", afirmou Karzai.

O presidente falou durante a tradicional mensagem aos afegãos durante o feriado religioso muçulmano do Eid-al Fitr. Karzai assegurou que o governo tenta encorajar os militantes e abandonarem as armas.

Karzai afirmou que no passado já enviou mensagem ao líder do Taleban mulá Omar, para que ele "voltasse à sua terra natal e trabalhasse pela felicidade do povo". Funcionários afegãos tentam há tempos contatar o Taleban e outros militantes para conversas de paz. Mas essas iniciativas - inclusive os esforços da administração Karzai - foram rechaçadas.

O líder fugitivo do Taleban mulá Omar, por sua vez, divulgou sua própria mensagem no feriado religioso. Ele lançou várias acusações contra os membros das forças de segurança afegãs, chamando-os de ladrões, contrabandistas e criminosos, que não merecem a confiança da população.

Um ex-líder do Taleban disse na semana passada que os militantes não consideram Karzai um líder forte. Para eles, o presidente não pode bancar nenhum acordo sem o apoio dos Estados Unidos. O ex-líder falou sob condição de anonimato.

Funcionários norte-americanos não disseram se estariam prontos para contatos com líderes do Taleban. Porém Washington encoraja os militantes a abandonarem as armas e ingressarem no programa de reconciliação nacional promovido pelo governo afegão.

Karzai afirmou nesta terça-feira que iria pessoalmente proteger os líderes do Taleban e de outros militantes das tropas dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), caso eles voltassem para o Afeganistão para negociações.

Omar está foragido desde a invasão liderada pelos EUA no país, em 2001, que derrubou o regime linha-dura do Taleban. Funcionários afegãos afirmam que ele está na cidade paquistanesa de Quetta ou nas proximidades. Já o governo do Paquistão afirma que Omar está no território afegão.

O ex-presidente afegão Burhanuddin Rabbani, que agora está na oposição, disse à Associated Press no começo deste ano que os líderes políticos afegãos têm se encontrado com o Taleban e outros grupos armados contrários ao governo, na esperança de negociar um acordo de paz que coloque um fim à guerra endêmica que assola o país.

Recentemente, os Estados Unidos e as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) decidiram aumentar o tamanho do Exército do Afeganistão, de 80 mil para 134 mil homens.

Na sua mensagem desta terça, Omar também criticou as forças estrangeiras: "as tropas estrangeiras são ladras da nossa cultura e fé, bem como das reservas naturais, na mesma medida em que o exército (afegão) e a polícia roubam o dinheiro, a dignidade e a honra do povo". As informações são da Associated Press.

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