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A corrida pela presidência do Peru tornou-se extremamente equilibrada, com as mais recentes pesquisas mostrando um empate técnico entre candidatos diametralmente opostos antes do segundo turno, marcada para 5 de junho.

No domingo, o importante instituto Ipsos Apoyo mostrou a deputada de centro-direita Keiko Fujimori com 41% dos votos, enquanto o nacionalista de esquerda Ollanta Humala aparece com 39%. Já o instituto Datum mostrou Humala com 40%, em comparação com 39,1% para Keiko.

"É basicamente um empate. A tendência para Keiko é positiva, enquanto há um certo enfraquecimento de Humala", disse hoje Guillermo Loli, diretor de pesquisas da Ipsos Apoyo. Há ainda um alto nível de eleitores indecisos ou que pretendem votar em branco, de 20%. O voto é obrigatório no Peru. Em 10 de abril, Humala ficou à frente no primeiro turno. Em uma pesquisa de 24 de abril, Humala aparecia com 42% e Keiko com 36%.

"Eu acredito que haja uma tendência para Keiko, ainda que não seja definitiva. Nós estamos contentes", disse um porta-voz da candidata, Jorge Trelles, à rádio RPP. Na noite de domingo, Humala disse na televisão que as pesquisas são apenas uma fotografia do momento, e a campanha é mais como um filme. "O que decidirá as eleições são as propostas", notou.

Humala, de 48 anos, tem atacado na mídia a rival, de 35 anos, referindo-se à corrupção e aos abusos contra os direitos humanos durante a década em que Alberto Fujimori governou o país (1990-2000). O pai de Keiko está preso em Lima, após ser condenado por abusos aos direitos humanos e outros crimes.

Os opositores de Humala, um ex-oficial das Forças Armadas, lembram de seu apoio político ao irmão agora preso, que liderou um ataque a uma delegacia em 2005 com o objetivo de derrubar o governo do ex-presidente Alejandro Toledo. Nessa revolta, que Humala apoiou em duas entrevistas a rádios, morreram quatro policiais.

Humala reconheceu ontem seu apoio à rebelião, mas disse não apoiar mais a violência iniciada com os ataques à delegacia. Seus opositores também criticam o plano de governo do partido Gana Peru, prevendo uma guinada radical nas políticas econômicas para dar maior papel ao Estado na economia. Isso inclui mais impostos no importante setor de mineração.

Em uma entrevista ao jornal El Comercio publicada nesta segunda-feira, o ex-ministro das Finanças Luis Carranza disse que várias propostas populistas defendidas pelo partido de Humala irão afugentar investimentos do setor de mineração e levar à queda na arrecadação de impostos e a um colapso fiscal. "Se nós olharmos o plano em geral, o que pode ser visto é um forte aumento no gasto (público) e medidas que são um inibidor dos investimentos do setor privado, reduzindo a arrecadação de impostos", previu Carranza.

O Gana Peru espera revelar modificações em seu plano de governo em breve, mas analistas políticos avaliam que isso pode piorar uma imagem de inconsistência. Keiko, enquanto isso, promete manter as mesmas políticas econômicas do passado recente. No ano passado, a economia peruana cresceu 8,8%. As informações são da Dow Jones.

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