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O líder líbio Muamar KHadaffi abraçou o ativista condenado pela explosão de um avião sobre Lockerbie e prometeu maior cooperação com a Inglaterra em agradecimento pela sua libertação, enquanto Londres e Washington condenaram a recepção de herói que lhe foi dada.

Ao ser apresentado a Abdel Basset al-Megrahi e sua família na sexta-feira (21), Khadaffi agradeceu ao primeiro-ministro britânico Gordon Brown e à rainha Elizabeth por "encorajar" a Escócia a liberar o prisioneiro que estava doente já em fase terminal, segunda a agência de notícias líbia JANA.

Depois de receber um abraço caloroso de Khadaffi, Megrahi se curvou e beijou a mão do líder, de acordo com imagens da TV.

"Este gesto é pelo interesse das relações entre os dois países ... e pela amizade pessoal entre eu e eles e que vai se refletir de modo positivo em todas as áreas de cooperação entre os dois países", disse o líder líbio.

Antes, o filho de Khadaffi, Saif al-Islam, havia dito que nas negociações com a Inglaterra, ele havia feito da libertação de Megrahi uma das condições para um potencial acordo na área de energia.

"Em todos os interesses britânicos relacionados à Líbia, eu sempre coloquei o seu caso na mesa", disse o filho de Khadaffi, de acordo com seu jornal.

A Inglaterra nega que a libertação tenha qualquer conexão com acordos de comércio com a Líbia, que possui as maiores reservas comprovadas de petróleo da África. A Inglaterra disse que toda a responsabilidade pela libertação é da Escócia, que é independente em termos jurídicos.

"Não há acordo - todas as decisões relacionadas ao caso de Megrahi foram exclusivamente dos ministros escoceses, do escritório da Coroa na Escócia e das autoridades jurídicas escocesas", disse um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores britânico.

O governo escocês na quinta-feira libertou Megrahi de uma pena de prisão perpétua porque ele tem câncer de próstata em fase terminal. Ele foi condenado pela explosão no vôo 103 da Pan Am que derrubou o avião sobre Lockerbie, na Escócia, matando 270 pessoas, a maioria americanos.

"Neste momento, quero enviar uma mensagem aos amigos na Escócia, ao Partido Nacional Escocês e ao primeiro-ministro da Escócia, para parabenizá-los por sua coragem," Khadaffi disse, segundo a Jana.

"Apesar das pressões ilógicas e inaceitáveis contra eles, eles tomaram essa decisão humanitária e corajosa."

Mais de mil jovens líbios se reuniram no aeroporto em Trípoli na quinta-feira para receber Megrahi. Eles o ovacionaram enquanto agitavam bandeiras da Líbia. As imagens causaram furor em Washington.

Numa entrevista ao jornal Times de Londres no sábado, Megrahi prometeu que antes de morrer apresentaria novas evidências que o isentariam do atentado.

Ele não deu muita atenção ao furor internacional sobre sua libertação e disse que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deveria saber que ele não vai fazer nada além de ir para o hospital e esperar a morte chegar. Médicos dizem que ele pode ter menos de três meses de vida.

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