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Cossacos participam de manifestação em favor da Rússia, realizada em Simferopol, na região da Crimeia | David Mdzinarishvili/Reuters
Cossacos participam de manifestação em favor da Rússia, realizada em Simferopol, na região da Crimeia| Foto: David Mdzinarishvili/Reuters

História

Situação faz presidente citar episódio violento envolvendo a Geórgia

A tensão política se elevou ontem na Ucrânia depois de a Rússia conduzir uma movimentação de suas tropas na Crimeia. Moscou reconheceu que soldados da base militar em Sebastopol saíram em veículos blindados e circularam pela cidade, sede da base russa do Mar Negro. Pelo acerto entre os dois países, qualquer movimentação fora da base precisa ser comunicada a Kiev. O novo governo ucraniano afirmou que o país estava sofrendo uma "invasão armada", alegando que 2 mil soldados russos foram enviados em helicópteros para a região. Moscou alegou que "devido à instabilidade em torno dos quartéis e dos locais de residência dos militares da Frota do Mar Negro na Crimeia, destacamentos antiterroristas foram acionados para reforçar a segurança", segundo o porta-voz da frota, Vyacheslav Trukhachev Em sua declaração, Turchinov disse que a Rússia está seguindo as mesmas ações que tomou em 2008 antes de invadir a Geórgia. Turchinov, empossado depois da deposição de Yanukovich, disse que as Forças Armadas ucranianas "cumprirão seus deveres", mas não serão influenciadas por provocações.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou ontem estar "profundamente preocupado" com informações de que tropas russas estavam em operação na Crimeia, região autônoma localizada no sul da Ucrânia, e alertou que qualquer intervenção militar no país será "desestabilizadora" e terá "custos".

INFOGRÁFICO: Confira onde aconteceram as invasões

Em pronunciamento de três minutos na Casa Branca, Obama exigiu que a Rússia respeite a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, país sacudido por uma revolta popular que levou à queda do governo na semana passada.

O presidente em exercício, Oleksander Turchinov, acusou Moscou de enviar tropas à Crimeia com o objetivo de provocar um "conflito armado". Grande parte da população da região é de etnia russa e resiste às mudanças políticas que ocorrem em Kiev e no restante da Ucrânia. Turchinov pediu que o presidente russo, Vladimir Putin, "pare de provocar e comece a negociar" com o novo governo.

A embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU), Samantha Power, exigiu a retirada das tropas russas da Crimeia e defendeu a criação de uma missão internacional para mediar o conflito.

Em Washington, Obama afirmou que a situação na Ucrânia é instável e disse que autoridades de sua administração estão em permanente contato com o governo de Moscou. Segundo ele, uma intervenção militar representaria um desrespeito à legislação internacional e uma violação do compromisso russo de respeitar a soberania e as fronteiras da Ucrânia.

Uma fonte do governo disse que os EUA estudavam ontem com aliados europeus quais seriam os "custos" para a Rússia em caso de uma intervenção militar.

Yanukovich fez ontem a primeira aparição pública desde que foi deposto. Na cidade russa de Rostov Sobre o Don, convocou uma entrevista coletiva e disse que a Rússia deveria usar todos os mecanismos para "encerrar o caos na Ucrânia". Yanukovich negou, porém, que suas palavras significassem um pedido de intervenção, dizendo que "qualquer ação militar nessa situação é inaceitável". Moscou garantiu proteção ao presidente deposto.

Armas

Homens armados tomaram ontem os dois principais aeroportos da região da Crimeia, uma ação que o novo governo ucraniano atribuiu a grupos privados a serviço das forças russas, o que foi negado por Moscou. Em resposta, Kiev determinou o fechamento do espaço aéreo na Crimeia.

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