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Coreia do Norte festeja centenário após fracasso em lançamento de satélite

A Coreia do Norte comemorou, no sábado (14), o centenário do nascimento de seu fundador, Kim Il-sung, à sombra do fracasso no lançamento de um satélite.

Milhares de pessoas se reuniram no estádio Kim Il-sung de Pyongyang em ato presidido por Kim Jong-un, consolidado como líder supremo do país.

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O novo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, fez seu primeiro discurso público neste domingo (15) e prometeu buscar a "vitória final" para seu Estado empobrecido, em um tom notadamente belicista, apesar do lançamento frustrado de um foguete há dois dias.

"Devemos fortalecer nossas forças armadas de todas as formas possíveis e alcançar o objetivo de construir um Estado socialista poderoso e próspero", declarou às tropas e aos milhares civis que lotaram uma praça batizada em homenagem ao seu avô Kim Il-sung, o fundador do país.

"O tempo em que o inimigo nos ameaça e chantageia com bombas atômicas se foi para sempre", acrescentou Jong-un em referência ao programa de armas nucleares, apontado como uma das maiores conquistas da dinastia da família.

O desfile, que marcou os 100 anos do nascimento de Kim Il-sung, aconteceu dois dias depois que o lançamento de um satélite para marcar o centenário fracassou de forma vergonhosa, quando o foguete aparentemente explodiu poucos minutos após a decolagem.

Mas Jong-un, com pouco menos de 30 anos e no poder há menos de quatro meses, parecia confiante quando inspecionou o desfile, que exibiu foguetes, artilharia, tanques e milhares de tropas marchando com passo de ganso.

"Vamos caminhar para nossa vitória final!", proclamou, apontando para as tropas, que gritavam repetidamente "Mansei!" (Vida longa).

Jong-un, que vestia um traje escuro ao estilo Mao, afirmou que a paz é valiosa para o Norte, enquanto tenta construir um país poderoso e melhorar a qualidade de vida.

"No entanto, a dignidade da nação e a soberania do país são mais valiosos para nós", acrescentou.

O Norte foi adiante com o lançamento de um satélite, apesar da forte oposição dos Estados Unidos e de seus aliados, que o viram como um teste de míssil balístico disfarçado.

Washington descartou os planos de entregar 240 mil toneladas de ajuda alimentar para o Norte, que sofre com uma grave e persistente escassez de alimentos, ao mesmo tempo em que gasta maciçamente com suas forças armadas.

O regime por anos prometeu se esforçar para elevar os padrões de vida.

Jong-Un afirmou ainda que o partido no poder determinou que os norte-coreanos, "os melhores do mundo e que passaram por tantos desafios e serviram fielmente ao país, não precisarão mais apertar os cintos e irão desfrutar totalmente da prosperidade do socialismo".

Após o discurso, milhares de soldados de diversas unidades - tanto do exército regular de 1,2 milhão de integrantes quanto de estudantes de ensino médio e universidades - marcharam.

Fumaça de óleo diesel tomou conta da praça quando veículos apresentando um conjunto de armas passaram - caminhões com lançadores múltiplos de foguetes, tanques, veículos blindados, artilharia e uma série de mísseis de curto e médio alcance.

Um mar de pessoas com flores de papel vermelhas, amarelas e brancas formaram grandes imagens com os nomes dos Kims, com as bandeiras nacional e do partido comunistas e com slogans como "Glória" e "Exército invencível".

Jong-Un, sorrindo e cantando com os líderes mioitares, acenou e saudou toda a parada do balcão decorado com retratos gigantes de Kim Il-sung e Kim Jong-il.

"Kim Jong-un, ao contrário de seu pai, parecer buscar um novo estilo de liderança que enfatiza a comunicação e a interação com o público, como seu avó fez no passado", afirmou Cheong Seong-Chang do Sejong Institute, da Coreia do Sul.

Mas a dinastia ainda é alvo de um persuasivo culto à personalidade. Retratos de Kim Il-sung dominam a capital, onde moram de preferência os nomes mais leais ao regime.

Na Coreia do Sul, desertores norte-coreanos e ativistas soltaram milhares de balões carregando 200.000 panfletos na fortificada fronteira norte para condenar a sucessão dinástica e o lançamento de foguetes.

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