Visivelmente irritada, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou nesta terça-feira o cancelamento de uma importante viagem à China e outra à Bolívia porque não pretende deixar a presidência - mesmo que temporariamente - nas mãos de seu vice, Julio Cobos, ao qual chamou de "líder da oposição", além de acusá-lo de "obstruir medidas" do governo.
Cobos rompeu com a presidente há 18 meses. Gradualmente, o vice passou às fileiras da oposição, da qual atualmente é o presidenciável melhor cotado. "Essa viagem me obrigaria a ficar dez dias fora, tempo muito, levando em conta que o vice-presidente não cumpre seu papel", disse Cristina.
Segundo ela, Cobos poderia aproveitar sua ausência para adotar alguma medida que "tenderia a desestabilizar" o país. Especulava-se ontem em Buenos Aires se a presidente deixará de viajar ao exterior para evitar que o vice ocupe a presidência nos dois anos que restam de governo.
Nos últimos dias, o protagonismo de Cobos cresceu com a crise desatada pela tentativa de intervenção da presidente no Banco Central, que havia destituído por decreto o presidente do BC. A medida foi cancelada pela Justiça.
Com a suspensão da viagem, fica cancelada a missão empresarial que acompanharia a presidente à China, o terceiro maior mercado das exportações feitas pela Argentina.
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