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Buenos Aires – O presidente Néstor Kirchner transformou-se na caneta presidencial mais rápida e prolífica da história argentina. Kirchner, nos últimos quatro anos, bateu todos os recordes na assinatura de decretos presidenciais realizados em um único mandato, ultrapassando o recordista anterior, o ex-presidente Carlos Menem. No total, o atual presidente assinou 249 decretos. Menem, nos quatro anos de seu segundo mandato, colocou a rubrica em 144 (nos dez anos de mandato, o ex-presidente assinou 370 decretos).

O anúncio do recorde foi realizado pelo Centro de Estudos de Políticas Públicas Aplicadas (Ceppa), que também indica que enquanto Kirchner assinou 249 decretos, somente enviou 176 projetos de lei ao Congresso Nacional. Com os decretos, Kirchner driblou os trâmites nos plenários da Câmara de Deputados e Senado que poderiam eventualmente obstaculizar sua política.

Os analistas destacam que o Parlamento possui um grau de excessiva subordinação ao presidente Kirchner. Ali, o presidente conta com maioria no Senado. Na Câmara de Deputados, embora não tenha maioria própria, possui a obediência de setores de outros partidos que lhe permitem a maioria em grande parte dos debates. Diversos deputados da oposição, nos últimos dois anos, diante da dificuldade de opor-se a Kirchner dentro Parlamento, deixaram de comparecer às sessões do Congresso.

Os decretos, caso não tenham uma rejeição explícita do Senado e da Câmara, são automaticamente ratificados. No Senado, Kirchner contou com a presença de sua própria esposa, a senadora Cristina Fernández de Kirchner, que se encarregava de vigiar pessoalmente qualquer manobra contrária à política de seu marido.

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