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Em meio ao conflito entre a presidente Cristina Kirchner e os principais jornais da Argentina, o Clarín e o La Nación, o governo ampliou o volume de publicidade oficial para os meios de comunicação alinhados. Entre os beneficiados estão as publicações do Grupo Szpolski, que possui entre outros o jornal BAE, o que mais chama a atenção dos analistas. A publicação tem uma tiragem de apenas 1.800 exemplares diários e recebeu no primeiro semestre 11 milhões de pesos (US$ 2,8 milhões). Foram US$ 8,54 por exemplar.

O jornal Clarín, definido pelo governo de Cristina Kirchner como "golpista", perdeu 60% da publicidade oficial que recebia em 2008, último ano em que teve boa relação com a presidente. Nos primeiros seis meses deste ano, recebeu 5,1 milhões de pesos (US$ 1,3 milhão) em publicidade oficial. Desta forma, para cada exemplar o jornal recebeu US$ 0,02 neste semestre. Isso indica que o governo destinou a cada edição do BAE 427 vezes mais de verba publicitária do que para cada exemplar do Clarín.

Os dados sobre a publicidade oficial foram divulgados após um pedido da ONG Poder Ciudadano ao chefe do gabinete de ministros, Aníbal Fernández. O governo argentino não emitia informações sobre essas verbas desde o ano passado. Um levantamento feito com base nos dados mostra que o dinheiro destinado aos jornais críticos ao governo Kirchner têm sofrido uma redução regular.

O governo Kirchner costumeiramente afirma que enfrenta um "monopólio midiático", referindo-se ao Grupo Clarín, dono de vários jornais, estações de rádio e canais de TV. Mas a oposição sustenta que nos últimos anos o casal Kirchner armou seu próprio "amigopólio".

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