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Ciência

Laboratório tenta conter escassez de alimentos

MIT cria centro de estudos multidisciplinares com o objetivo de evitar a falta de recursos naturais necessários para a subsistência humana

Lavoura de soja e arroz no Uruguai. Produção mundial de alimentos ainda é suficiente, mas há milhões de desnutridos no mundo | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Lavoura de soja e arroz no Uruguai. Produção mundial de alimentos ainda é suficiente, mas há milhões de desnutridos no mundo (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

O Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) criou seu primeiro laboratório multidisciplinar que analisará um dos maiores desafios do progresso: a explosão demográfica mundial que está acabando com os recursos hídricos e alimentícios do planeta.

"Em 1950, o planeta tinha três bilhões de habitantes; em 2050, nove bilhões, o que significa que, em pouco mais de uma geração, a população mundial será triplicada", constata o professor John Lienhard, diretor do Laboratório de Segurança em Água e Alimentos do MIT, que irá começar a operar em setembro.

Ele explica que a explosão demográfica não significou um aumento dos recursos hídricos, que normalmente dependem dos ciclos de chuva, afetados pelo aquecimento global.

"Somado a isso tudo, mais gente aspira a ter um melhor nível de vida", explicou Lienhard, que vai dirigir uma equipe multidisciplinar de analistas em gestão de políticas públicas, economistas, cientistas, engenheiros, arquitetos e meteorologistas.

Origem

O diretor apontou a mudança climática, a agricultura pouco produtiva, o crescimento das cidades e os hábitos de consumo de alimentos como os grandes flagelos para a segurança hídrica e alimentícia.

"A chave é a eficiência no uso de recursos" e a busca por soluções que possam variar de país para país ou região para região, explicou.

A humanidade produz alimentos para abastecer 14 bilhões de pessoas, o dobro da população atual, mas dois bilhões sofrem desnutrição e fome crônica.

"No mundo desenvolvido, 50% da comida em peso é desperdiçada, geralmente pelo consumidor; enquanto nos países em desenvolvimento esse esbanjamento ocorre em cadeias de distribuição que não são eficientes nem modernas", explica Lienhard.

O laboratório irá funcionar graças à contribuição do magnata saudita Abdul Latif Jameel, ex-aluno do MIT.

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