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Lavoura de soja e arroz no Uruguai. Produção mundial de alimentos ainda é suficiente, mas há milhões de desnutridos no mundo | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Lavoura de soja e arroz no Uruguai. Produção mundial de alimentos ainda é suficiente, mas há milhões de desnutridos no mundo| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

14 bilhões de pessoas poderiam consumir o alimento que é produzido no mundo, o que corresponde ao dobro da população atual. Mesmo assim, 2 bilhões sofrem desnutrição e fome crônica.

Exagero

Consumo excessivo de carne resulta em grande gasto de água

Um terço da produção agrícola se destina a alimentar gado, não pessoas. Esses animais são uma das principais causas do efeito estufa (por emissões de metano) e um dos modos mais ineficientes de alimentação.

"Para cada quilo de carne é necessário o equivalente a 15 toneladas de água. A carne é muito intensiva em água e não é necessário comer carne sempre", explica John Lienhard, diretor do Laboratório de Segurança em Água e Alimentos do MIT.

O diretor do laboratório acredita que o problema de recursos hídricos e alimentos tem solução: "Sou um otimista, a humanidade sempre conseguiu aplicar as ideias de mentes brilhantes para superar problemas". Ele lembra exemplos como o de uma comunidade mineira no Deserto do Atacama (Chile) onde as empresas se comprometeram a usar água dessalinizada.

15 toneladas de água são necessárias para se produzir um quilo de carne. A criação de gado é apontada como um dos principais fatores que levam ao desperdício de recursos hídricos.

O Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) criou seu primeiro laboratório multidisciplinar que analisará um dos maiores desafios do progresso: a explosão demográfica mundial que está acabando com os recursos hídricos e alimentícios do planeta.

"Em 1950, o planeta tinha três bilhões de habitantes; em 2050, nove bilhões, o que significa que, em pouco mais de uma geração, a população mundial será triplicada", constata o professor John Lienhard, diretor do Laboratório de Segurança em Água e Alimentos do MIT, que irá começar a operar em setembro.

Ele explica que a explosão demográfica não significou um aumento dos recursos hídricos, que normalmente dependem dos ciclos de chuva, afetados pelo aquecimento global.

"Somado a isso tudo, mais gente aspira a ter um melhor nível de vida", explicou Lienhard, que vai dirigir uma equipe multidisciplinar de analistas em gestão de políticas públicas, economistas, cientistas, engenheiros, arquitetos e meteorologistas.

Origem

O diretor apontou a mudança climática, a agricultura pouco produtiva, o crescimento das cidades e os hábitos de consumo de alimentos como os grandes flagelos para a segurança hídrica e alimentícia.

"A chave é a eficiência no uso de recursos" e a busca por soluções que possam variar de país para país ou região para região, explicou.

A humanidade produz alimentos para abastecer 14 bilhões de pessoas, o dobro da população atual, mas dois bilhões sofrem desnutrição e fome crônica.

"No mundo desenvolvido, 50% da comida em peso é desperdiçada, geralmente pelo consumidor; enquanto nos países em desenvolvimento esse esbanjamento ocorre em cadeias de distribuição que não são eficientes nem modernas", explica Lienhard.

O laboratório irá funcionar graças à contribuição do magnata saudita Abdul Latif Jameel, ex-aluno do MIT.

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