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Mídia

Liberdade de imprensa se deteriora nas Américas

Sociedade Interamericana de Imprensa denuncia “ação coordenada de governos” para controlar os meios de comunicação

Protesto em Honduras contra o fechamento de emissoras de rádio: restrição à liberdade de imprensa | Oswaldo Rivas/Reuters
Protesto em Honduras contra o fechamento de emissoras de rádio: restrição à liberdade de imprensa (Foto: Oswaldo Rivas/Reuters)

Buenos Aires - A liberdade de imprensa está se deteriorando nas Américas, em um ambiente de enfraquecimento da democracia. Essa é uma das conclusões da assembléia da So­­cie­­dade Interamericana de Im­­prensa (SIP), realizada em Buenos Aires.

O documento final do encontro, após cinco dias de debates, aponta "a ação coordenada de go­­vernos para controlar o papel da imprensa e o desprestígio ao qual os mais altos funcionários de go­­verno submetem os meios de co­­municação".

"O avanço desmedido da violência contra jornalistas (com 16 profissionais assassinados no último semestre), a proliferação de mecanismos legislativos e decisões judiciais arbitrárias, em um ambiente de enfraquecimento da democracia, servem para acossar jornalistas e meios de comunicação", denunciam os editores.

A SIP expressa seu "desgosto e preocupação" com a morte de oi­­to jornalistas no México, três em Honduras, dois na Guatemala, dois na Colômbia e um em El Sal­­vador.

"Continua sendo condenável a permanência na prisão de 27 jornalistas em Cuba, país que também se destaca como um dos maiores controladores de internet", diz o documento.

Em um dos parágrafos mais políticos, a entidade dos editores afirma que "em todo o continente, observa-se que a pobreza de­­corrente do escasso desenvolvimento econômico gerou uma injustificável tendência ao autoritarismo".

"Não é um acaso que vários go­­vernos estejam agora unidos por uma ideologia exportada da Ve­­nezuela pelo presidente Hugo Chá­­vez, que até propôs uma ‘lei de cri­­mes na mídia’ e fechou 34 emissoras", destaca a organização.

A SIP diz que "esta tendência se reflete nas legislações de diversos países, como a nova Lei de Serviços Audiovisuais promovida pelo governo da Argentina na esteira de uma inédita campanha de incitação contra os meios independentes".

Os editores também mencionam o "Projeto de Lei de Comu­­nicação do presidente Rafael Correa no Equador e suas réplicas, como a proposta de lei de im­­prensa em El Salvador". "Outras leis que buscam o controle de conteúdos foram propostas ou estão sendo discutidas nos parlamentos de Pa­­namá, Colômbia, Chile e Uru­­guai, enquanto o Brasil está organizando uma conferência nacional sobre a mídia que poderá levar à criação de medidas de controle da imprensa", relata o documento.

Alguns aspectos positivos foram apontados acerca da "despenalização dos delitos de difamação e injúria no Uruguai e o envio ao Congresso argentino, por parte do Executivo, de um projeto de lei para despenalizar os delitos de injúria e calúnia com base em uma sentença da Corte Interamericana de Direitos Hu­­manos".

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