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Um bispo mexicano disse que a libertinagem sexual e a pornografia são os culpados por alguns sacerdotes abusarem sexualmente de crianças, num momento em que a Igreja Católica vive uma onda de denúncias por pedofilia.

O bispo da cidade colonial de San Cristóbal, no Estado de Chiapas (sul), Felipe Arizmendi, afirmou que não está buscando culpar a sociedade nem isentar a Igreja de responsabilidade.

"É reconhecer que a liberalidade sexual que houve no mundo em geral diminuiu as forças morais com que tentamos educar nossos jovens nos seminários", disse ele na noite de quinta-feira em uma assembleia da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM).

"Ante tanta invasão de erotismo não é fácil às vezes se manter fiel tanto no celibato quanto no respeito pelas crianças", acrescentou o bispo, segundo declarações divulgadas na sexta-feira pela CEM.

Nas últimas semanas, o Vaticano tem tentado conter queixas contra padres pedófilos na Irlanda, Alemanha, Áustria, Holanda e outros países. O México é o segundo país do mundo com mais católicos, atrás do Brasil.

Arizmendi, que foi responsável pela formação de sacerdotes mexicanos entre 1970 e 91, disse que é difícil manter o celibato com a grande oferta de pornografia na TV, Internet e outros meios.

"Que qualquer esposo ou esposa sejam fiéis no seu matrimônio é muito difícil (...), é muito difícil para um sacerdote se manter casto e celibatário quando há tanto incentivo no sentido contrário."

No México, o caso de abuso clerical com maior repercussão foi do sacerdote Marcial Maciel, morto em 2008, aos 87 anos. Ele teve pelo menos um filho e foi acusado de abusar sexualmente de jovens seminaristas.

O papa ordenou em 2009 uma investigação na influente ordem religiosa de Maciel, os Legionários de Cristo, que em março pediu desculpas às vítimas.

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