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Um tribunal líbio considerou nesta terça-feira cinco enfermeiras búlgaras e um médico palestino culpados de infectar centenas de crianças com o vírus HIV e os sentenciou à morte.

O veredicto e as penas foram anunciados pelo juiz Mahmoud Haouissa. Os seis são acusados de intencionalmente infectar 426 crianças líbias com o vírus que causa a Aids em um hospital em Benghazi, no fim dos anos 1990.

A promotoria havia pedido a pena de morte.

``Em nome das pessoas, e depois de revisar os documentos e de ouvir os argumentos dos advogados de ambos os lados, a corte decidiu por sentenças de morte'', disse Haouissa, colocando fim a sete meses de um novo julgamento do caso.

``Eles causaram a propagação da doença que causou a morte de mais de uma pessoa.''

Parentes das crianças que participavam da audiência começaram a chorar de alegria e gritaram ``Deus é o maior''.

Os envolvidos negam a acusação. Eles foram condenados em 2004 e sentenciados à morte por fuzilamento. Mas a suprema corte anulou a determinação, no ano passado, e ordenou que o caso voltasse a um tribunal.

Grupos de defesa dos direitos humanos no mundo inteiro correram em defesa dos profissionais de saúde, para interromper o que dizem que pode ser um erro judicial.

Luc Montagnier, médico francês que foi o primeiro a detectar o vírus HIV, disse que a contaminação começou no hospital Benghazi em 1997, um ano antes da chegada dos profissionais de saúde.

Mas analistas dizem que a libertação dos réus colocaria o foco na suposta negligência e falta de higiene em hospitais líbios, os quais, segundo cientistas ocidentais, são os verdadeiros culpados no caso.

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