• Carregando...

Hanói – Em seu primeiro dia no país onde os Estados Unidos sofreram sua grande derrota militar, e após meses tentando evitar comparações entre a Guerra do Vietnã e a ofensiva no Iraque, o presidente George W. Bush afirmou ontem que a grande lição do conflito dos anos 60 e 70 é: "Vamos vencer, a menos que a gente desista’’. "Tendemos a querer que haja um sucesso instantâneo no mundo, e a tarefa no Iraque vai levar um tempo’’, afirmou em Hanói, onde participará da cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico).

"Vai levar um longo tempo para que a ideologia de esperança, que é uma ideologia de liberdade, supere a ideologia de ódio.’’ A violência descontrolada no Iraque e a incapacidade das forças americanas e iraquianas de reverter a situação geram crescentes comparações entre os dois conflitos, e a visita de Bush ocorre no momento em que os americanos debatem alternativas para a condução da guerra no Iraque.

No Congresso, a oposição democrata pressiona por um cronograma para a retirada, mas neoconservadores e falcões como o senador republicano John McCain, veterano do Vietnã, defendem que não há saída honrosa e preconizam o aumento das tropas.

Pesquisa da Associated Press/Ipsos feita após as eleições legislativas do dia 7 mostra que apenas 31% dos americanos aprovam a ação no Iraque, o nível mais baixo desde a invasão do país, em março de 2003.

A "lição’’ mencionada por Bush ecoa a tese, de expoentes da direita, de que os EUA não perderam a Guerra do Vietnã e os comunistas só chegaram ao poder porque os americanos cortaram a ajuda militar aos então aliados do Vietnã do Sul.

O presidente afirmou que, no Iraque, a derrota não é uma opção admissível. "O governo iraquiano vai conseguir (ter sucesso), a menos que a coalizão deixe o país antes de eles terem a chance de conseguir’’, disse.

Sob anonimato, autoridades da Casa Branca admitem que a visita ao Vietnã, agendada há meses, ocorre num péssimo momento, levando a comparações inevitáveis. Na semana passada, por exemplo, Bush se viu forçado a substituir seu secretário de Defesa, Donald Rumsfeld. Lyndon Johnson, em 1968, também teve de trocar seu secretário; e procurou estadistas para aconselhar-se sobre o Vietnã.

A Casa Branca tenta afastar o Iraque do foco das atenções. Questionado sobre "as lições da guerra no Vietn㒒, o secretário de imprensa de Bush, Tony Snow, disse que "os vietnamitas não estão interessados nisso’’. "Isso (a visita) não será um olhar para o passado. Será um olhar para frente.’’

Bush teve ontem uma seqüência de encontros com líderes vietnamitas: com o presidente Nguyen Minh Triet, o premier Nguyen Tan Dung e o líder do Partido Comunista, Nong Manh.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]