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O líder espiritual da Igreja Anglicana, o arcebispo Rowan Williams, disse que a Igreja Católica na Irlanda perdeu toda a credibilidade em sua resposta ao escândalo no clero sobre abuso sexual contra crianças.

A sincera e rara crítica de Williams à Igreja Católica, transmitida parcialmente pela rádio BBC neste sábado, segue um pedido de desculpas do papa Bento 16 sobre o abuso na Irlanda que desapontou inúmeras vítimas.

As relações entre as duas igrejas têm sofrido tensões depois de o papa oferecer no ano passado um posto na Igreja Católica para anglicanos tradicionais que se opõem à ordenação de mulheres.

A recente crítica poderia aumentar as tensões antes da visita do papa à Grã-Bretanha em setembro.

O arcebispo de Dublin disse estar chocado e desmotivado pelos comentários de Williams, e disse que não ajudariam os que estavam tentando reconstruir a Igreja Católica na Irlanda.

O papa deu ordens para uma investigação em algumas dioceses na Irlanda, na medida mais concreta tomada desde que os casos de abuso atingiram a Igreja Católica na Irlanda, Alemanha, Áustria e a Holanda.

Mas, em seu pronunciamento no mês passado, o papa não abordou os inúmeros pedidos de reestrutração radical da Igreja Católica irlandesa, nem exigiu a renúncia de todos os bispos envolvidos no escândalo.

Williams disse à BBC que o abuso havia causado um "trauma corporativo colossal" para a Igreja Católica, especialmente na Irlanda.

"Eu estava falando com um amigo irlandês recentemente que estava dizendo como está difícil em algumas partes da Irlanda passar pelas ruas usando um colarinho clerical", disse ele, em uma entrevista que vai ao ar na íntegra na segunda-feira.

"E uma instituição tão ligada à vida de uma sociedade, de repente perdendo toda a sua credibilidade - isso não é um problema só para a Igreja, é um problema para todos na Irlanda."

Um relatório autorizado pelo governo irlandês informou que a igreja havia escondido "obsessivamente" o abuso infantil entre 1975 e 2004.

Segundo o relatório, um padre admitiu ter abusado de mais de 100 crianças. Outro disse ter abusado de crianças a cada duas semanas por mais de 25 anos.

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