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Maria Kolesnikova foi considerada culpada de criar organização extremista e conspirar para tomar o poder de forma inconstitucional.
Maria Kolesnikova foi considerada culpada de criar organização extremista e conspirar para tomar o poder de forma inconstitucional.| Foto: EFE/EPA/Ramil Nasibulin

O tribunal distrital de Minsk, em Belarus, condenou nesta segunda-feira (6) a líder da oposição Maria Kolesnikova, vencedora do Prêmio Sakharov pela liberdade de consciência, e o advogado da oposição Maxim Znak — acusados de terem criado e liderado uma organização extremista para tomar o poder —, a 11 e 10 anos de prisão, respectivamente.

De acordo com a organização de direitos humanos Viasna, os dois membros da presidência do Conselho Coordenador da Oposição para a transferência pacífica do poder foram declarados culpados de cometer atos contra a segurança nacional, criando e liderando uma organização extremista e conspirar para tomar o poder de forma inconstitucional.

O julgamento dos dois opositores, dos quais o Ministério Público disse ter criado em julho do ano passado juntamente com outras pessoas uma conspiração secreta para tomar o poder inconstitucionalmente em Belarus, começou em 4 de agosto a portas fechadas.

De acordo com um comunicado da Procuradoria-Geral de Belarus publicado em sua conta no Telegram, Maria Kolesnikova cumprirá sua pena em uma prisão de regime geral e Znak em uma prisão de segurança máxima.

O advogado de Znak afirmou que planeja em breve recorrer da decisão.

Os vídeos da audiência mostram Kolesnikova vestida de preto, como sempre, no "aquário" com Znak formando um coração com as mãos.

Este é um dos símbolos das três líderes femininas da oposição de Belarus, Svetlana Tijanovskaya e Veronika Tsepkalo, além de Kolesnikova, durante a campanha eleitoral: um punho cerrado, um V de vitória e um coração feito com as mãos.

O advogado Maxim Znak trabalhou para Viktor Babariko - candidato à eleição presidencial no ano passado e condenado a 14 anos de prisão -, antes de ingressar no Conselho de Coordenação da oposição, assim como Maria Kolesnikova, que foi gerente de campanha do ex-banqueiro.

A oposição decidiu criar um Conselho de Coordenação para a transferência pacífica do poder após a eclosão de protestos contra a fraude nas eleições presidenciais de 9 de agosto de 2020, nas quais o presidente, Alexandr Lukashenko, foi reeleito com mais de 80% dos votos, segundo dados oficiais.

Essas eleições foram consideradas fraudulentas pela oposição e pelo Ocidente. Todos os membros da presidência do conselho foram presos ou exilados.

Maria Kolesnikova foi detida e encarcerada após se recusar a ser deportada do país pela KGB.

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