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O líder do principal partido de Uganda, Kizza Besigye, foi atacado com um tiro pela polícia do país, quando policiais tentavam prendê-lo durante um protesto na capital contra o aumento nos preços de alimentos e combustíveis, disseram nesta quinta-feira testemunhas. Besigye deu entrada no hospital após ser atingido no braço por uma bala de borracha, segundo Alice Alaso, secretária-geral do oposicionista Fórum para a Mudança Democrática. "Foi um tiro intencional, desumano", afirmou ela.

Testemunhas viram a polícia disparar balas de borracha para acabar com o protesto em vários manifestantes que formavam um escudo humano em volta de Besigye. Um porta-voz da polícia não podia confirmar o incidente, e a polícia não havia liberado a lista oficial de mortes.

Os disparos causaram distúrbios por Kampala, com manifestantes bloqueando muitas rodovias e queimando pneus, madeira e pedras. A polícia de Uganda culpou Besigye por desobedecer ordens da polícia e insistir em liderar uma marcha "ilegal" pela cidade com o objetivo de perturbar a ordem pública.

Uma porta-voz da polícia, Judith Nabakoba, disse que houve "um esforço deliberado" para se realizar marchas, provocando confusão em algumas áreas nos subúrbios da cidade. Segundo ela, entre os problemas ocorridos estão o bloqueio de vias, o lançamento de pedras e o "distúrbio geral das atividades cotidianas". A porta-voz acrescentou que a polícia investiga as circunstâncias em que Besigye foi ferido. Ela pediu ao público que não se envolva em atos de violência nem participe de "marchas e protestos ilegais".

Os manifestantes de Uganda estão furiosos com o rápido aumento nos preços de alimentos como pão, arroz, milho e outros cereais, além de carne. O aumento nos preços é atribuído sobretudo à carência global de trigo, segundo Opolot Okasia, comissário de Uganda encarregado da produção nas lavouras e também de marketing.

"Uganda importa cerca de 90% do trigo usado nas padarias, e os crescentes preços no mercado internacional não nos pouparam", comentou Okasia. Segundo ele, a seca também prejudicou a produção de itens como milho e arroz no país desde o ano passado. O problema da falta de alimentos piorou com o aumento das exportações no setor por Uganda para mercados regionais como o sul do Sudão, o oeste do Quênia e o leste do Congo. As informações são da Dow Jones.

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