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Migrantes aguardam no posto de controle de fronteira entre Santa Rosa (Peru) e Chacalluta (Chile), nesta sexta-feira
Migrantes aguardam no posto de controle de fronteira entre Santa Rosa (Peru) e Chacalluta (Chile), nesta sexta-feira| Foto: EFE/Aldair Mejía

O presidente do Congresso chileno, Vlado Mirosevic, lançou nesta sexta-feira (28) a ideia de criar um "corredor" humanitário para resolver a crise migratória na fronteira norte, onde centenas de pessoas tentam sair do Chile e entrar no Peru de forma irregular há dois dias.

Em declarações a um canal de televisão local, Mirosevic sugeriu a abertura de um diálogo multipartidário para evitar que a crise se aprofunde e chegue a extremos do problema criado há dois anos na passagem de Colchane, na fronteira com a Bolívia, durante a gestão anterior.

Mirosevic chegou nesta sexta-feira à cidade fronteiriça de Arica, onde se reunirá com o subsecretário do Interior, Manuel Monsalve, o governador da região, Jorge Díaz, e outras autoridades políticas, militares e de segurança, para analisar a situação, que desencadeou uma crise diplomática entre Lima e Santiago.

O conflito político eclodiu na segunda-feira (24), depois que a América Televisión exibiu uma reportagem no programa Cuarto Poder denunciando que militares chilenos e os carabineros estavam facilitando a entrada noturna, no Peru, de migrantes venezuelanos que queriam fugir do Chile, através de passagens ilegais na região de Arica.

Com centenas de migrantes irregulares retidos na fronteira há vários dias, a tensão política aumentou nesta sexta-feira, após o prefeito da cidade fronteiriça peruana de Tacna, Pascual Güisa, ter chamado o presidente chileno Gabriel Boric de "irresponsável" e acusado o seu governo de "transferir o problema [da migração] para a fronteira".

Além disso, o Ministério das Relações Exteriores peruano convocou o embaixador chileno no Peru para expressar "o seu protesto pela falta de colaboração demonstrada pelas autoridades policiais chilenas, que conduziu aos acontecimentos ocorridos" na quinta-feira (27), quando foram registrados confrontos na fronteira comum, após os quais um grupo de migrantes burlou o cordão policial e se lançou à travessia no meio do deserto, embora muitos tenham sido interceptados e devolvidos.

Estado de emergência no Peru

Estes incidentes coincidiram com o primeiro dia do estado de emergência decretado pelo governo peruano em Tacna e em todos os outros distritos e províncias dos departamentos fronteiriços com Equador, Colômbia, Brasil e Chile, como reportado pela Gazeta do Povo.

Na mesma linha, o primeiro-ministro peruano, Alberto Otárola, exortou Boric a "resolver os seus problemas e a não os jogar para outro país", antes de admitir que estão falando "ativamente" com as autoridades chilenas da imigração para resolver a tensão neste ponto de fronteira, que se agravou após a sua militarização. Otárola também afirmou que a crise migratória "não afeta" as relações diplomáticas com o Chile, mas "obriga" os dois países a "cooperar ativamente".

Em resposta, o Chile convocou a embaixadora peruana em Santiago e a informou que apresentará uma carta formal de protesto contra as declarações feitas contra o presidente.

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