
O presidente da região autônoma do Curdistão iraquiano, Massoud Barzani, pediu ontem ao Parlamento que fixe uma data para realizar um plebiscito nas zonas em disputa com Bagdá, como primeiro passo para uma futura consulta de independência.
Barzani segue assim com sua iniciativa de realizar um plebiscito apesar de ontem o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, rejeitar essa possibilidade "inconstitucional" e pedir aos curdos que não se aproveitem da atual crise para tentar a independência.
Em uma sessão da câmara, Barzani pediu aos deputados curdos que tramitem "o mais rápido possível" um projeto de lei para que o governo regional forme uma comissão eleitoral que supervisione o plebiscito nas zonas em disputa como na cidade petrolífera de Kirkuk.
O deputado curdo e membro do partido de Barzani, Mohama Khalil, explicou que primeiro será realizada uma consulta nessas zonas para que determinem se aderem ao Curdistão ou continuam dependendo de Bagdá.
Depois disso, uma vez estabelecidas as novas fronteiras da região autônoma, será realizado um plebiscito sobre a independência do Iraque.
"A vontade do povo curdo é a declaração de um estado curdo", assegurou o parlamentar, que acrescentou que não querem "seguir sendo reféns de Bagdá".
Há dois dias, Barzani já anunciou planos para realizar nos "próximos meses" um plebiscito sobre a independência dessa região autônoma, alegando que é um direito dos curdos.
Por outro lado, o presidente curdo insistiu ontem que as forças de segurança curdas, conhecidas como "peshmergas", não vão se retirar das zonas disputadas que controlam agora após a fuga do Exército iraquiano, como é o caso de Kirkuk.
Iraque persegue grupos de apoio aos rebeldes plantados em Bagdá
Reuters
Insurgentes iraquianos estão se preparando para um ataque a Bagdá, com grupos plantados dentro da capital preparados para avançar e ajudar os combatentes vindos da periferia, de acordo com autoridades de segurança iraquianas e norte-americanas.
Combatentes sunitas tomaram vastas porções do norte e do oeste do país, em um avanço relâmpago em três semanas, e dizem que estão rumando para a capital, uma cidade de 7 milhões de pessoas ainda marcada pelos intensos combates de rua entre regiões sunitas e xiitas durante a ocupação dos Estados Unidos.
O governo diz estar cercando os rebeldes na cidade para ajudar a proteger a capital. Grupos paramilitares xiitas dizem estar auxiliando as autoridades. Alguns moradores sunitas dizem que a repressão está sendo usada para intimidá-los.



