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O líder do grupo muçulmano Hamas, Khaled Meshal, afirmou hoje que "nossa única luta é com Israel" e que as divergências de quatro anos com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, do grupo laico Fatah, "ficaram para trás". Falando no Egito, Meshal afirmou que o Hamas trabalhará para alcançar o "objetivo nacional palestino" de um Estado soberano na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, viajou hoje para Londres, onde deve se encontrar com o primeiro-ministro britânico, David Cameron. Segundo ele, o acordo de reconciliação fechado entre o Hamas e o Fatah é um "revés para a paz". "O que aconteceu hoje no Cairo é um tremendo revés para a paz e uma grande vitória para o terrorismo", afirmou.

A reaproximação de Fatah e Hamas foi bem vista, mas com cautela, pelo ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague. Ele criticou, porém, o fato de o Hamas lamentar a morte do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden.

Israel luta politicamente para impedir que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheça um Estado palestino. Amanhã, Netanyahu deve se encontrar em Paris com o presidente francês, Nicolas Sarkozy. O premiê lembra que o Hamas tem como meta em seu estatuto a destruição do Estado de Israel. Apesar disso, Sarkozy deu a entender esta semana que pode reconhecer um Estado palestino independente em breve, caso as conversas de paz não avancem.

Netanyahu quer que os líderes europeus se oponham, ou pelo menos se abstenham, se os palestinos buscarem o reconhecimento de uma declaração unilateral da criação de um Estado, quando a Assembleia Geral da ONU se reunir em setembro. Analistas não esperam uma resposta imediata de Cameron e Sarkozy aos apelos de Netanyahu. Os Estados Unidos se opõem à declaração unilateral, insistindo na necessidade de negociações.

Acordo

O ministro da Defesa de Israel, Matan Vilnai, qualificou o acordo entre os palestinos como uma "cortina de fumaça", que não muda nada. Falando em entrevista à rádio pública de Israel, Vilnai notou que os grupos palestinos "não concordam em nada", citando a reação à morte de Bin Laden. O primeiro-ministro do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, condenou o ataque que matou o líder da Al-Qaeda, enquanto a Autoridade Palestina saudou a morte do terrorista.

O acordo de reconciliação foi firmado pelo Hamas, pelo Fatah e por outras 11 facções palestinas. O pacto prevê a criação de um governo interino, abrindo caminho para eleições presidenciais e parlamentares em até um ano.

O governo israelense ameaça parar com transferências de rendas de impostos para a ANP, até que haja garantias de que o Hamas não receberá o dinheiro. Mas Vilnai disse não concordar com a possível suspensão dessas transferências. "O congelamento é um erro, é um dinheiro que nós coletamos dos palestinos e que pertence a eles", lembrou.

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