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Ao longo do dia, capital venezuelana abrigou protestos contrários e favoráveis ao presidente Nicolás Maduro | Carlos Garcia Rawlins/Reuters; Marco Bello/Reuters
Ao longo do dia, capital venezuelana abrigou protestos contrários e favoráveis ao presidente Nicolás Maduro| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters; Marco Bello/Reuters

4 mortes

López estava foragido da Justiça desde a última quinta-feira, quando foi emitida uma ordem de prisão contra ele, sob a acusação de incitar a violência nas marchas opositoras que agitam o país há duas semanas e já deixaram um saldo de quatro mortes.

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Assista a entrevistas exclusivas com participantes das manifestações realizadas em Caracas, na Venezuela, contra o governo chavista de Nicolás Maduro.www.gazetadopovo.com.br/mundo

  • Multidão de opositores faz passeata com López

Em um dia marcado por atos contra e a favor do governo do presidente Nicolás Maduro, o líder opositor venezuelano Leopoldo López, se entregou ontem à Guarda Nacional, após comandar uma manifestação no município de Chacao, na área metropolitana da capital, Caracas.

De pulso ao alto, vestido de branco, López agarrou-se à estátua do revolucionário cubano José Martí e declarou que se entregava a "uma justiça injusta e corrupta". Seus apoiadores tentaram impedir que ele entrasse num furgão da Guarda e gritaram: "Leopoldo, o povo está com você".

López estava foragido da Justiça desde a última quinta-feira, quando foi emitida uma ordem de prisão contra ele, sob a acusação de incitar a violência nas marchas opositoras que agitam o país há duas semanas e já deixaram um saldo de quatro mortes.

O paradeiro de López permanecia incerto até a conclusão desta edição. Maduro declarou que ele responderia por "sedição". Segundo o presidente, havia um plano da "ultradireita de Miami e da Venezuela" para matar López e criar uma crise política.

Ante a suposta ameaça, Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, foi incumbido de pegar seu próprio carro e levar López a "uma prisão fora de Caracas", de acordo com Maduro.

Segundo informação do jornal El Universal atribuída a oficiais de Justiça, López passaria a noite de ontem para hoje no Centro Nacional de Processados Militares de Ramo Verde, nos arredores de Caracas – uma prisão que, apesar do nome, também abriga civis.

Na segunda-feira, Maduro anunciou a expulsão de três diplomatas americanos, acusados de envolvimento nos atos. O Departamento de Estado dos EUA disse que ainda estudava quais medidas tomar. Segundo a porta-voz Jen Psaki, a tentativa do governo de culpar Washington "reflete a falta de seriedade (...) para lidar com uma grave situação".

Protestos pararam a capital venezuelana

Manifestações de opositores e de governistas pararam Caracas ontem. Comércio, bancos e várias escolas da região central fecharam. O trânsito ficou travado nos principais acessos à cidade.

Pouco antes das 10h (11h30 em Brasília), horário em que López convocara os antichavistas a se reunir na Praça Bríon, um imenso cordão humano isolava os acessos ao local. Era formado por três filas de policiais. Atrás deles, blocos de soldados, portando escudos antibalas e escoltados por tanques. Sem números oficiais, estima-se que dezenas de milhares de pessoas foram protestar contra o governo. "Vocês não percebem que esse governo está prejudicando a todos? Vocês são venezuelanos, não podem atacar outros venezuelanos", disse o ativista Rubem Piñeyro aos jovens uniformizados. "Sou venezuelana como os chavistas e quero protestar. Não podem me impedir de caminhar pela minha própria cidade", afirmou a professora Vera Domínguez, que também tentava argumentar com os soldados.

Chavistas

Na Praça Venezuela, se reuniram os chavistas. Segundo dados da polícia, tratava-se de mais de 40 mil pessoas. Vestindo camisetas e bonés vermelhos, e liderados pelos sindicatos dos petroleiros, marcharam até o Palácio de Miraflores, sede do Executivo. Os apoiadores de Maduro gritavam "Fora CNN" e "Chávez vive, a luta continua" e carregavam bandeiras que diziam: "Pelo fim do fascismo na Venezuela".

Culpados

Maduro atribui as mortes nos protestos à oposição, mas vídeos divulgados pelo site do Últimas Noticias sugerem que os disparos partiram de agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin). Maduro exonerou o chefe do Sebin na segunda-feira. Nos protestos da oposição, a maioria das pessoas vestia branco e carregava bandeiras da Venezuela

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