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Nancy Pelosi, presidente do Congresso dos EUA, foi acusada de ter conhecimento de práticas violentas em interrogatórios | Brendan Smialowski / AFP Photo
Nancy Pelosi, presidente do Congresso dos EUA, foi acusada de ter conhecimento de práticas violentas em interrogatórios| Foto: Brendan Smialowski / AFP Photo

O líder da minoria republicana na Câmara de Representantes dos EUA, John Boehner, acusou a presidente do Congresso americano, Nancy Pelosi, e outros líderes democratas, de terem conhecimento de práticas violentas em interrogatórios e não levantarem qualquer questionamento sobre elas, de acordo com informações publicadas nesta sexta-feira (24) pelo jornal "New York Times". Pelosi negou a acusação.

"Eu vi uma lista parcial com nomes de membros da Câmara e do Senado, democratas e republicanos, que foram informados sobre esses métodos de interrogatório e não disseram uma palavra em contrário naquele tempo", disse Boehner, que representa Ohio. "Acho que vamos ouvir mais e mais sobre a grande questão aqui: a guerra contra o terror depois do 11 de Setembro foi feita com base bipartidária em várias frentes. E a grande história ainda surgirá", acrescentou o parlamentar.

Pelosi se defendeu argumentando ter sido comunicada sobre a justificativa legal apresentada pelo governo dos EUA para o uso do "waterboarding" (técnica que simula afogamento), mas que autoridades jamais cumpriram a promessa de avisar quando a técnica seria efetivamente usada em interrogatórios.

"Não fomos avisados de que o waterboarding ou qualquer outra técnica aprimorada de interrogatório era usado", defendeu-se Pelosi.

A presidente do Congresso fez mais: está promovendo campanha pela instauração de uma comissão de inquérito para analisar a questão da tortura nas prisões administradas pelos EUA durante a guerra contra o terror. Republicanos, outros democratas e até o presidente Barack Obama fazem oposição ao painel. O argumento de Obama: uma investigação especial neste momento comprometeria grande parte do tempo e da energia que ele pretende dedicar às suas ambiciosas políticas em meio a uma grave crise econômica.

Esta semana, Obama deixou em aberto a possibilidade de processar criminalmente autoridades da era Bush responsáveis por criar bases legais para a prática de controversas técnicas de interrogatório.

Para Manfred Nowak, uma das mais importantes autoridades antitortura da ONU, os EUA são obrigados, segundo a Convenção das Nações Unidas, a processar as autoridades do governo anterior que aprovaram as controversas práticas de interrogatório.

Um relatório de um comitê do Senado americano concluiu que as técnicas foram aprovadas em 2002 pelo governo e tiveram o aval dos então secretários Condoleezza Rice (Estado), Donald Rumsfeld (Defesa) e John Ashcroft (Justiça), e do vice-presidente Dick Cheney. Segundo a União Americana pelas Liberdades Civis (em inglês, American Civil Liberties Union), o Departamento de Defesa vai liberar um "número substancial" de fotos mostrando abuso de prisioneiros em centros de detenção no Iraque e no Afeganistão.

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