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O aiatolá Ali Khamenei usa binóculos para observar o primeiro navio de guerra do país: Ocidente mostra preocupação cada vez maior com beligerância iraniana | Khameni Ir/AFP
O aiatolá Ali Khamenei usa binóculos para observar o primeiro navio de guerra do país: Ocidente mostra preocupação cada vez maior com beligerância iraniana| Foto: Khameni Ir/AFP

Visita

Diplomacia israelense critica Lula

Agência Estado

A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã, prevista para maio, é atacada pela diplomacia israelense, que alerta para o sinal negativo que um encontro com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad teria nesse momento para os esforços de pressionar Teerã por uma mudança em sua política nuclear. Em declarações à Agência Estado, o embaixador de Israel na ONU, Aharon Leshno Yaar, qualificou a viagem como "terrível". Israel não é o primeiro país a criticar a iniciativa. O governo de Silvio Berlusconi, na Itália, já sugeriu que Lula repensasse a ideia, e o Departamento de Estado dos EUA insiste que Lula, se for, trate de direitos humanos.

Um dia após a ONU externar abertamente pela primeira vez a suspeita de que o Irã busca desenvolver a bomba atômica, o líder supremo do país, aiatolá Ali Kha­­menei, disse ontem que o islã proíbe a obtenção de armas de destruição em massa. "As acusações do Ocidente são infundadas. Nos­­sas crenças religiosas nos impedem de ter esse tipo de armas. Não acreditamos na arma atômica nem queremos consegui-la", disse Khamenei du­­rante cerimônia de inauguração de navio de guerra.

As declarações do aiatolá, de­­ tentor da palavra final sobre todos os assuntos iranianos, surgem após o vazamento de um relatório no qual a AIEA (agência nuclear da ONU) diz que o Irã já chegou ao nível de desenvolvimento necessário para a produção de uma ar­­ma nuclear.

O texto cita evidência de "atividades iranianas não reveladas", passadas ou atuais, para a fabricação de ogiva nuclear. O documento gerou protestos dos países ocidentais que negociam com o Irã sobre seu programa nu­­clear. Eles se mostraram preocupadas com a falta de cooperação do país.

O ministro de Assuntos Exte­­rio­­res da Rússia, Serguei Lavrov, disse que Moscou "preocupa-nos mui­­­­to que o Irã se negue a cooperar com a AIEA e não podemos nos resignar a eles".

O japonês Yukiya Amano, que assumiu a AIEA em dezembro, é visto como mais alinhado com a estratégia das potências ocidentais contra Teerã do que o antecessor Mohamed ElBaradei, daí esperar-se um posicionamento cada vez mais crítico.

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