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Mulheres entregam flores a soldados russos que voltam da região georgiana da Ossétia do Sul | Kazbek Basayev/AFP
Mulheres entregam flores a soldados russos que voltam da região georgiana da Ossétia do Sul| Foto: Kazbek Basayev/AFP

Os líderes da União Européia se encontram hoje em Bruxelas (Bélgica) para decidir como reagirão às ações de Moscou na Geórgia. Ontem, o líder do Kremlin, Dmitry Medvedev, advertiu que a Rússia não quer confronto com o Ocidente, mas responderá se for atacada.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, afirmou que pressionaria os líderes da União Européia para que reavaliem seus vínculos com a Rússia, em retaliação à decisão de Moscou de enviar tropas à Geórgia e reconhecer duas regiões separatistas da Geórgia, a Ossétia do Sul e a Abkházia, como estados independentes.

O ministro de Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, expressou uma posição mais moderada, dizendo que isolar a Rússia poderá prejudicar os interesses da União Européia. Um diplomata norte-americano de alto escalão disse que Washington espera que a União Européia expresse apoio concreto pela integridade regional da Geórgia e conclamou a Europa a reduzir sua dependência da energia russa.

Medvedev enfrenta condenação cada vez mais intensa do Ocidente, que acusa a Rússia de ocupar partes da Geórgia, enquanto o Kremlin anunciou que agiu para prevenir o que chamou de genocídio contra as regiões separatistas. "A Rússia não quer confronto com nenhum país. A Rússia não planeja se isolar," disse Medvedev em uma entrevista aos três principais canais de televisão russos. Mas o líder acrescentou: "Todos devem compreender que, se alguém lança uma agressão, receberá uma resposta." Ele disse que a lei russa permite que o Kremlin imponha sanções sobre outros Estados, embora o país prefira não tomar essa atitude.

Decisão da Geórgia

Gordon Brown declarou que a intervenção da Rússia na Geórgia foi perigosa e inaceitável. "À luz das ações russas, a UE deverá revisar completamente nosso relacionamento com a Rússia", escreveu Brown em um comentário publicado no jornal britânico Observer.

O ministro de Relações Exteriores alemão disse que Moscou merece críticas, mas que a Europa precisa da cooperação com a Rússia. "A Europa só vai se prejudicar se resolvermos ceder às emoções e bater as portas de salas em que queremos entrar depois", disse Steinmeier. A Rússia fornece mais de um quarto das necessidades de gasolina do continente europeu. Segundo alguns observadores, isso torna improvável a aplicação de sanções punitivas pelo bloco.

Milhares de georgianos devem se unir a uma "corrente humana" em Tbilisi, hoje, dando as mãos uns aos outros pela capital, numa demonstração de unidade.

O presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, em pronunciamento à nação, afirmou esperar que os líderes europeus não "desistam diante da grosseira tentativa de agressão."

ONU oferece ajuda

A ONU está pronta para continuar a fornecer ajuda humanitária aos desabrigados do conflito na Geórgia, disse Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, ontem, após uma cerimônia de aniversário do painel climático da ONU. Ban se recusou a comentar as cisões diplomáticas surgidas depois da intervenção militar russa na Geórgia, mas disse considerar a situação séria. "Estou profundamente preocupado com o que aconteceu naquela área, estive discutindo o assunto com líderes das partes envolvidas e estou permanentemente engajado na questão", declarou a jornalistas em Genebra. "Deixei muito claro que a ONU está pronta para oferecer seus bons ofícios e vamos continuar a fornecer ajuda humanitária a todos os afetados, inclusive na Ossétia do Sul", afirmou o secretário-geral. Moscou retirou boa parte das forças que havia deslocado três semanas atrás para esmagar a tentativa da Geórgia de retomar a província separatista da Ossétia do Sul.

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