Representantes de mais de 50 países, incluindo 35 chefes de Estado ou de governo, participaram do Global Vaccine Summit (Cúpula Global de Vacinas), um evento capitaneado pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Durante a cúpula, os governos e organizações se comprometeram a doar um total de US$ 8,8 bilhões que serão destinados à vacinação de crianças em todo o mundo, ultrapassando a meta inicial do evento, que era de arrecadar US$ 7,4 bilhões.
Os recursos serão destinados à Gavi, a Aliança da Vacina, uma organização internacional criada em 2000, para imunizar 300 milhões de crianças em países pobres até 2025. A soma também ajudará a combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus e apoiará a infraestrutura necessária para garantir que uma futura vacina esteja disponível globalmente.
O dinheiro é considerado vital não apenas para proteger as crianças de doenças mortais como poliomielite, difteria e sarampo, com a previsão de que até 8 milhões de vidas sejam salvas, mas também para ajudar a garantir a recuperação global da pandemia de coronavírus. Há o início de uma constatação de que por causa da Covid-19 a imunização em crianças diminuiu de ritmo em países com menos recursos.
Anfitrião da cúpula, Boris Johnson disse que as vacinas têm que estar acessíveis a todos que precisam no mundo, em especial em países mais pobres. "Nossa missão hoje é lutarmos juntos contra doenças", afirmou numa rápida participação na abertura.
Em sua participação, a chanceler alemã, Angela Merkel, por exemplo, salientou que há o risco de doenças dadas como controladas voltarem. "Temos que ter vacinação em massa no mundo todo", afirmou. Da França, o presidente Emmanuel Macron disse esperar que a vacina contra Covid-19 esteja pronta e a preço acessível "em breve".
Dos jardins da Casa Branca, em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agradeceu o líder britânico pelo convite de participar no evento e desejou a ele boa sorte na arrecadação dos recursos. "O coronavírus mostra que não há fronteiras no mundo", disse o líder americano.
O líder espanhol Pedro Sanchez congratulou o evento, disse que espera que a vacina contra a Covid-19 possa chegar ao mesmo tempo para os países em desenvolvimento e disse que precisava aproveitar a ocasião para falar sobre a América Latina, cujos países são próximos do seu. "É uma das regiões com os maiores índices de desigualdade no mundo, com muita gente vivendo abaixo da linha da pobreza. Ninguém estará protegido até que todos estejam protegidos", afirmou.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou que a Olimpíada em seu país, que foi transferida de 2020 para o ano que vem por causa da pandemia, mostrará que o mundo conseguiu combater a Covid-19. Também deram declarações os líderes da Turquia, da Islândia, e da Nova Zelândia. Jacinda Ardern disse que "este é o momento de encontrarmos uma solução global para a Covid-19".
Assim como vários outros países, que até doaram montantes mais elevados, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, aproveitou o momento para anunciar a doação de US$ 20 milhões até 2025 para a entidade. Da mesma forma, a Coreia do Sul disse que enviará US$ 30 milhões para a Gavi.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que vacina era sinônimo de "afastamento do medo", também anunciou doação e disse que "em tempos extraordinários, precisamos de ações extraordinárias".
No mesmo evento, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que todas as vacinas são importantes para a humanidade e que precisam ser acessíveis. Ele afirmou que, quando descoberta, a imunização da Covid-19 também será um "bem mundial". Na mesma linha, a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, também fez uma curta declaração dizendo que a vacinação contra todas as doenças é uma questão de saúde mundial e garantindo que "ninguém será deixado para trás".
Também falaram os primeiros-ministros da Índia, da Irlanda e da Holanda. O evento contou ainda com o apoio de vários líderes à Organização Mundial de Saúde (OMS), que vem sendo atacada pelos Estados Unidos. Uma das líderes que mostrou solidariedade com a instituição multilateral foi a presidente suíça, Simonetta Sommaruga. "O momento é de solidariedade no mundo, com a OMS no centro", afirmou.
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