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Os ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe participaram de uma reunião de emergência sobre o Sudão e a Síria em Cairo, no Egito.
Os ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe participaram de uma reunião de emergência sobre o Sudão e a Síria em Cairo, no Egito.| Foto: EFE/EPA/KHALED ELFIQI

Os ministros das Relações Exteriores dos países da Liga Árabe concordaram neste domingo em reintegrar a Síria à organização, após 12 anos de suspensão devido à repressão dos protestos que ameaçavam derrubar o governo do presidente sírio, Bashar al Assad.

"A reunião dos ministros árabes concordou com o retorno da Síria ao seu lugar na Liga Árabe", anunciou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Iraque, Ahmed al Sahaf, de acordo com a agência de notícias oficial iraquiana "INA".

O ministro egípcio, Samef Shukri, abriu a sessão de emergência deste domingo, no Cairo, reconhecendo que o grupo tem "a responsabilidade histórica de estar ao lado do povo sírio para ajudá-lo a virar a página triste da sua história".

"O governo sírio tem a responsabilidade de encontrar uma solução política", afirmou Shukri.

Ainda é aguardado o comunicado final da Liga Árabe sobre esta decisão, que deverá incluir as condições estabelecidas para o regresso da Síria à entidade.

Algumas das condições esperadas incluem o retorno dos refugiados à Síria, a revelação do destino das pessoas desaparecidas e a reativação do comitê com a ONU e a oposição para redigir uma nova Constituição, um processo que não avança há anos.

A adesão da Síria à entidade foi suspensa após a repressão brutal com a qual o governo de Assad reagiu às revoltas populares que eclodiram contra ele em 2011 e que, posteriormente, conduziram a um conflito armado.

A mesma razão levou muitos países da região a cortar ou a esfriar as suas relações com Damasco, mas vários deles estão aparentemente em rota de reaproximação desde os terremotos que atingiram a Síria em fevereiro.

Além disso, a reconciliação árabe com a Síria, impulsionada sobretudo pela Arábia Saudita, ficou ainda mais em cima da mesa depois de a Arábia Saudita e o Irã - um aliado próximo de Assad - terem normalizado as relações no início de março.

O principal obstáculo ao retorno da Síria era o Catar, um dos principais apoiadores da oposição síria.

Síria pede "diálogo" e "respeito mútuo"

O governo da Síria pediu para que a próxima fase da reconciliação regional se baseie no "diálogo" e no "respeito mútuo".

"A próxima fase exige uma abordagem árabe eficaz e construtiva em nível bilateral e coletivo, cimentada na base do diálogo, do respeito mútuo e dos interesses comuns das nações árabes", afirmou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado divulgado pela agência de noticias oficial síria "SANA".

Pouco depois de os chanceleres da Liga Árabe terem aprovado o retorno da Síria, o governo do país pediu o "reforço da ação e cooperação árabes conjuntas", segundo a agência.

Além disso, exaltou as "tendências e interações positivas" em curso no Oriente Médio, referindo-se a uma série de aproximações recentes entre vários países, incluindo Irã e Arábia Saudita, que decidiram em março restabelecer relações diplomáticas após oito anos.

O governo sírio considerou estas mudanças "de interesse de todos os países árabes para alcançar a estabilidade, a segurança e a prosperidade para as suas populações".

Vários países da região começaram a dar passos no sentido da aproximação ao governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, após os terremotos que atingiram o país em fevereiro.

No entanto, o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit, advertiu neste domingo que a readmissão da Síria "não é uma decisão para estabelecer relações normais entre os países árabes" e Damasco.

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