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O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, disse que os monitores da entidade estão contribuindo para a redução da violência na repressão a manifestações antigoverno na Síria, mas ativistas disseram que a organização está sendo manipulada pelas forças do presidente Bashar al Assad. Elaraby disse que os militares sírios se retiraram de áreas residenciais das cidades sírias, concentrando-se nos subúrbios, conforme previa um plano de paz aprovado no mês passado. Mas ele acrescentou que os tiroteios continuam, e que os franco-atiradores seguem sendo uma ameaça. "O último relato telefônico dizia que havia tiroteios em diferentes lugares, o que torna difícil dizer quem está atirando em quem", disse Elaraby na segunda-feira no Cairo. "Os tiroteios deveriam ter parado, e há franco-atiradores. Pedimos ao governo sírio que se comprometa totalmente com o que prometeu." O plano de paz prevê, além do fim da repressão militar, a libertação de presos políticos e o início de um diálogo entre o governo a oposição. Os monitores da Liga Árabe chegaram em dezembro ao país para fiscalizar a implementação do acordo. Ativistas dizem que pelo menos 12 pessoas foram mortas na segunda-feira na Síria. Os Comitês de Coordenação Local, que congrega membros da oposição, disseram que os monitores árabes não estão sendo capazes de conter a violência ou realizar uma avaliação independente sobre suas causas. "A Liga Árabe foi vítima das típicas armadilhas do regime, em que observadores não têm escolha senão testemunhar eventos encenados pelo regime e se deslocarem pelo país apenas com pleno conhecimento do regime", disseram os CCL em resposta a Elaraby. "Isso tornou os observadores incapazes de trabalharem ou se deslocarem de maneira independente ou neutra." Outro grupo de oposição, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, disse que militares desertores conquistaram dois postos de controle rodoviários na segunda-feira, capturando dezenas de membros das forças de segurança. Segundo o Observatório, houve confrontos entre desertores e forças legalistas em um terceiro posto de controle, deixando vários soldados mortos ou feridos. A insurgência armada promovida pelos desertores deixa a Síria cada vez mais perto de uma guerra civil, depois de meses de protestos pacíficos pela renúncia de Assad, iniciados em março de 2011 como parte da chamada Primavera Árabe. A ONU diz que mais de 5.000 pessoas já morreram devido ao conflito sírio, principalmente civis desarmados. Elaraby disse que os monitores já conseguiram a libertação de 3.484 presos, e garantiram a entrega de mantimentos em Homs, um dos epicentros da crise. "Deem à missão de monitoramento a chance de provar sua presença no terreno", disse o dirigente. Mas muitos ativistas sírios da oposição duvidam que os monitores sejam capazes de pressionar efetivamente Assad a acabar com a violência. No domingo, o Parlamento Árabe, formado por 88 integrantes dos 22 países da Liga, pediu que os monitores deixem a Síria, porque sua missão estaria acobertando abusos e violência desenfreada por parte do governo.

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