• Carregando...

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, uniu-se a um coro de líderes árabes neste domingo para denunciar o ataque aéreo israelense que matou mais de 50 pessoas pessoas, a maioria crianças, no Líbano, descrevendo o incidente como "massacre" e exigindo uma investigação internacional.

A incursão aérea lançada na madrugada foi o incidente isolado mais sangrento ocorrido até agora na guerra de Israel contra os guerrilheiros do Hezbollah, iniciada há 19 dias, e destruiu completamente vários prédios, incluindo uma casa de três andares na qual estavam abrigados civis, matando pessoas enquanto dormiam.

Um comunicado da Liga Árabe disse: "O secretário-geral da Liga Árabe pede uma investigação internacional desse massacre e de outros crimes de guerra israelenses cometidos no Líbano, especialmente os que afetaram civis libaneses".

O bombardeio do vilarejo de Qana levou o Líbano a dizer à secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, que ela não é bem-vinda em Beirute enquanto não for declarado um cessar-fogo.

No Cairo, dezenas de parlamentares oposicionistas se juntaram a uma marcha de protesto de várias centenas de pessoas que caminharam do Parlamento até a sede da Liga Árabe. Os manifestantes carregavam cartazes dizendo "Estamos todos com a resistência" e gritavam palavras de ordem pedindo a expulsão do embaixador israelense do Egito.

Amr Moussa, que descreveu os ataques israelenses no Líbano como "selvagens", também pediu ao Conselho de Segurança da ONU que pressione Israel para que suspenda sua ofensiva militar.

Entre os mortos em Qana há 37 crianças. Pelo menos 542 pessoas já morreram no Líbano desde o início da guerra, mas o ministro da Saúde estima o total de mortos em 750, incluindo os corpos ainda não recuperados. Cinquenta e um israelenses morreram.

Crime hediondo

O ataque em Qana provocou novas manifestações de ira árabe. O povoado já era um símbolo poderoso no Líbano devido ao ataque mortífero lançado contra ele por Israel em 1996.

A Síria, que bate de frente com Washington em função do apoio que dá ao Hezbollah, descreveu o ataque como "terrorismo de Estado", e a Jordânia, aliada dos EUA, o descreveu como "crime hediondo".

"O massacre cometido por Israel em Qana nesta manhã mostra a barbárie dessa entidade agressiva", teria dito o presidente sírio, Bashal al Assad, de acordo com a agência de notícias estatal SANA. "Isso constitui terrorismo de Estado cometido diante dos olhos e dos ouvidos do mundo."

O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, disse que os ataques de Israel pediu unidade "em face dos criminosos de guerra israelenses."

O rei Abdullah, da Jordânia, cujo país é um dos dois Estados árabes a já ter assinado tratados de paz com Israel, pediu à comunidade internacional que "encontre uma saída desta crise."

O presidente egípcio Hosni Mubarak, também aliado-chave dos EUA, declarou: "A República Árabe do Egito expressa seu alarme profundo e sua condenação pelo irresponsável bombardeio israelense do povoado libanês de Qana, que resultou nas mortes de inocentes, em sua maioria mulheres e crianças."

O Egito e a Jordânia, ao lado da Arábia Saudita, temem que um conflito prolongado fortaleça a posição de grupos muçulmanos radicais em toda a região.

O governo da Líbia disse que vai buscar o fim da violência através de contatos com membros do Conselho de Segurança da ONU e que vai aumentar as doações de remédios e alimentos ao Líbano.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]