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O presidente eleito Porfirio Lobo saúda eleitores ao lado dos líderes militares do país: esforço para recuperar credibilidade internacional | Orlando Sierra/AFP
O presidente eleito Porfirio Lobo saúda eleitores ao lado dos líderes militares do país: esforço para recuperar credibilidade internacional| Foto: Orlando Sierra/AFP

Pastelão

Receber Manuel Zelaya na Embaixada brasileira se revelou uma saia-justa para o presidente Lula, que não reconhece a eleição de Lobo.

O golpe - Em 28 de junho, Manuel Zelaya faria, à revelia da Justiça e do Congresso, pesquisa não vinculante sobre a convocação de uma Constituinte, pela qual aparentemente tentava aprovar a possibilidade de reeleição indefinida. Na madrugada, foi preso por militares, por ordem da Justiça, e levado à Costa Rica. Roberto Micheletti assumiu a Presidência.

Hóspede brasileiro - Após duas tentativas frustradas, Zelaya voltou a Honduras em 21 de setembro. Recebeu abrigo na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde ficou até ontem. Sua volta estimulou protestos de aliados e ele chegou a fazer comício na porta da representação brasileira.

Terceiro presidente - Mesmo após EUA e outros organismos reconhecerem o presidente eleito em novembro, Porfirio Lobo, o Brasil continuou exigindo o retorno de Zelaya ao poder. E não reconheceu a eleição, por ter sido organizada pelo governo golpista.

Fonte: da Redação, com Folhapress

  • Zelaya sai da Embaixada brasileira (sem chapéu): desfecho após 4 meses

Prometendo encerrar a crise política que o país vive há sete meses, o conservador Porfirio "Pepe" Lobo assumiu ontem a Presidência de Honduras com um discurso conciliador e, como primeiro ato, sancionou uma lei de anistia ao ex-presidente Manuel Zelaya e aos responsáveis por sua deposição, em 28 de junho de 2009. Ze­­laya deixou ontem a Embaixada brasileira, após 128 dias.

No meio do discurso de posse, Lobo assinou o decreto de anistia para crimes políticos, aprovado na noite de terça-feira pelo novo Congresso. "Esse é o começo da conciliação, o perdão, por parte do Estado, para perdoar a todos", disse o novo presidente.

O decreto inclui o perdão a su­­postos crimes como "traição à pátria’’, terrorismo, usurpação de funções e abuso de autoridade cometidas entre 1.º de janeiro de 2008 e terça-feira.

A medida deve beneficiar principalmente Zelaya, deposto em meio a acusações de que queria modificar a Constituição para introduzir a reeleição presidencial. Essa iniciativa, considerada ilegal pelo Judiciário e pelo Le­­gislativo, foi a principal justificativa para a sua deposição.

Lobo também prometeu instalar em breve a comissão da verdade, mais um esforço para ganhar reconhecimento internacional – que aparenta estar crescendo: os EUA e a maioria dos países da América Central enviaram representantes à posse.

Por outro lado, países da Amé­­rica do Sul, liderados pelo Brasil, desconhecem o resultado, sob a justificativa de que a eleição não ocorreu num ambiente democrático. O Brasil não vai rever sua po­­sição e reconhecer o novo governo em Honduras apenas com base nos desdobramentos desta semana, declarou o chanceler Celso Amorim. "No momento não há o que mudar’’, afirmou, em Gene­­bra. A situação deve ser discutida no fim de fevereiro durante en­­contro da Cúpula do Rio, em Can­­cún, no México.

Finalmente

Sem mais motivo para permanecer na Embaixada brasileira, pa­­ra onde se mudou em 21 de se­­tembro do ano passado, o presidente deposto Manuel Zelaya deixou o país a caminho da Re­­pública Dominicana.

Uma multidão se reuniu no Aeroporto de Tegucigalpa e saudou o líder deposto, que partiu em jatinho particular para Santo Domingo.

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O Brasil deveria reconhecer o presidente eleito em Honduras?

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