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Nuvem de fumaça expelida pelo vulcão Puyehue, que voltou a assustar chilenos e argentinos nos últimos dias | Patricio Rodriguez/Reuters
Nuvem de fumaça expelida pelo vulcão Puyehue, que voltou a assustar chilenos e argentinos nos últimos dias| Foto: Patricio Rodriguez/Reuters

Histórico

Tragédias naturais marcaram o Chile nos últimos 50 anos:

1960 – Terremoto de Valdívia, o mais intenso já registrado na história: 9,5 graus na escala Richter. Vulcão Puyehue entra em atividade após o tremor. Cerca de 2 mil pessoas morrem e 2 milhões ficam desabrigadas.

2007 – Terremoto no norte do país: 2 mortos e 4 mil desabrigados.

2010 – Terremoto e tsunami afetam diversas regiões do país e deixa 800 mortos e 200 mil desabrigados.

2011 – Vulcão Puyehuee entra em atividade. Suas cinzas prejudicam o tráfego aéreo em seis países da América do Sul e também da Austrália e Nova Zelândia.

Localização deixa Chile suscetível a catástrofes

Depois da paralisar os aeroportos de vários países da América do Sul, as cinzas do vulcão chileno Puyehue atravessaram os oceanos Atlântico e Índico e chegaram ontem ao sul da Nova Ze­­lân­­dia e da Austrália, forçando o can­­celamento de dezenas de voos.

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A erupção do vulcão chileno Puye­­hue e as cinzas, que se espalharam pelo ar até os países vizinhos, fazem recordar outros problemas gerados por fenômenos naturais que o Chile enfrenta.

Em 2007, um terremoto de 7,7 graus na escala Richter atingiu o norte do país e deixou dois mortos, centenas feridos e 4 mil desabrigados.

O terremoto de fevereiro de 2010, de magnitude 8,8, seguido de tsunami, teve como consequência a morte de mais de 800 pessoas e deixou cerca de 200 mil desabrigados. O tremor chegou a ser sentido em províncias da Ar­­gentina e até em São Paulo.

De acordo com o Centro de Pes­­quisa Geológica dos EUA, que mantém um registro dos maiores tremores do mundo, o terremoto mais intenso de que se tem notícia ocorreu no Chile, em 1960. O abalo sísmico chegou a 9,5 graus na escala Richter e atingiu principalmente a cidade de Valdívia, a 740 km de Santiago. Mais de 2 mil pessoas morreram, 3 mil ficaram feridas e 2 milhões desabrigadas. O tremor gerou tsunamis que atingiram o Japão, as Filipinas, o Havaí e a costa oeste dos EUA. O vulcão Puyehuee também entrou em erupção como re­­sultado deste terremoto. Foi a úl­­tima vez em que havia sido re­­gis­­trada atividade sísmica do vulcão até este ano.

O professor de Geologia da Uni­­­­versidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Eduardo Barros, explica que o formato alongado do Chile, paralelo à margem continental o coloca em uma posição de bastante atividade tectônica e magmática. O país está situado na placa tec­­tônica sul-americana (crosta continental), próximo à divisão com a placa tectônica de Nazca (crosta oceânica). Locali­­zada no fundo do Oceano Pacífico, a Placa de Nazca é mais densa e quando desliza para baixo da Pla­­ca sul-americana pode gerar os tremores de terra.

Erupções

O deslizamento de uma placa pa­­ra baixo da outra arrasta as rochas oceânicas para altos níveis de tem­­peratura e pressão e faz com que esses minerais e a água produzam gases que entram em fusão e formam o magma que será expelido para a superfície pelos vulcões.

Os Chile está localizado no Cír­­culo de Fogo do Pacífico, também conhecido como Anel de Fogo do Pacífico, região que concentra a maioria das atividades vulcânicas do mundo, devido à movimentação das placas tectônicas.

Sobre especulações de que os terremotos e as erupções vulcânicas estão ocorrendo com mais frequência nos últimos anos, o professor Barros responde: "Não se pode dizer que há tendência em aumentar o número de vezes em que os terrmotoes ocorrem ou os vulcões entram em atividade. Cem anos, mil anos são muito pouco para a Geologia. Temos que cuidar para não criar pânico na po­­pulação, esses fenômenos ocorrem desde os primeiros anos de existência da Terra".

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