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Nas primeiras horas de 20 de março de 2003, forças estrangeiras lideradas pelos EUA ignoraram os apelos da comunidade internacional e invadiram o Iraque. O argumento dos defensores da invasão era a necessidade de se procurar por armas de destruição em massa supostamente em posse do regime de Saddam Hussein, o que incluiria artefatos nucleares.

Antes mesmo da invasão, porém, inspetores de armas da ONU já alertavam que não havia provas da existência dessas armas. Nos meses seguintes, as buscas provaram-se infrutíferas. Não havia armas de destruição em massa no Iraque. Analistas anunciaram, então, o temor de que atitude ameaçadora dos EUA provocasse uma disseminação de armas nucleares.

Pouco mais de três anos após a invasão do Iraque, os temores dos analistas tornaram-se reais. Em 9 de outubro último, a Coréia do Norte testou um artefato nuclear. E, em vez da guerra que havia sido vislumbrada, o que se viu foi o diálogo – como defendiam os detratores da invasão do Iraque.

"Por essa lógica perversa, quando um país se sentir ameaçado, como hoje o Irã sente-se ameaçado pelos EUA, ele será impelido a promover um esforço enorme para produzir armas nucleares, o que transforma a energia nuclear não em solução, mas num problema", alerta avalia o físico José Goldemberg, secretário de Ambiente do Estado de São Paulo e uma das principais autoridades brasileiras no assunto.

Apesar da recente deterioração, a crise em torno do programa nuclear norte-coreano esteve prestes a ser equacionada há alguns anos. Em outubro de 2000, a então secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, protagonizou uma visita histórica a Pyongyang. Na ocasião, a chanceler americana no governo de Bill Clinton reuniu-se com o presidente da Coréia do Norte, Kim Jong Il, e ofereceu ao país asiático uma série de incentivos em troca da suspensão de seu programa militar.

Mas a abertura de Washington durou pouco. Empossado no início de 2001, o atual presidente dos EUA, George W. Bush, congelou toda e qualquer cooperação com a Coréia do Norte. O passo seguinte de Bush foi a inclusão da Coréia do Norte em um suposto "eixo do mal".

A confirmação de que a Coréia do Norte estava desenvolvendo um programa nuclear bélico no fim de 2002. Desde então, nenhuma negociação conseguiu superar a intransigência mútua entre Washington e Pyongyang.

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