Europeus endurecem pressão sobre Teerã
No mesmo dia em que o Reino Unido anunciou o fechamento de sua embaixada no Irã, alvo de ataques ontem, e expulsou diplomatas iranianos de Londres, outros países europeus aumentaram a pressão sobre Teerã convocando embaixadores e estudando novas sanções ao país.
A reação internacional chega após estudantes terem invadido a representação diplomática britânica em Teerã, quando bandeiras foram queimadas e os seis funcionários da delegação chegaram a ser feitos reféns.
O Conselho de Segurança da ONU também lamentou "nos termos mais enérgicos" os ataques, expressou "sua profunda preocupação" e exigiu ao Irã que respeite completamente suas obrigações internacionais e garanta "a proteção do pessoal e os bens diplomatas e consulares".
Países como Estados Unidos, França, Alemanha, Itália e Rússia pediram a Teerã garantias de que proteja as embaixadas no país e anunciaram que estudam medidas contra a República Islâmica.
Em Paris, o ministro francês de Relações Exteriores, Alain Juppé, condenou "com muita firmeza" o ataque, que em sua opinião ilustra "a pouca consideração" do regime iraniano pelo direito internacional.
A Alemanha expressou também a sua indignação, incitou o governo iraniano a proteger os diplomatas e representações estrangeiras e avisou que abordará "imediatamente" com as autoridades do Irã a situação da escola alemã em Teerã, caso tenha sido afetada e para que se garanta sua segurança.
Folhapress
O Reino Unido ordenou ontem o fechamento da Embaixada do Irã em Londres e deu prazo de 48 horas para que todos os diplomatas iranianos deixem o país.Foi uma resposta ao ataque promovido por jovens a casas de diplomatas e à embaixada britânica em Teerã, que foi saqueada e parcialmente destruída ontem. Esta é a mais séria crise diplomática entre os dois países desde que reataram as relações, em 1999.Na semana passada, o Reino Unido e outros países ocidentais adotaram sanções econômicas contra o Irã após relatório de uma agência da ONU apontar evidências de que Teerã busca desenvolver armas nucleares.
As sanções que no caso do Reino Unido incluem a proibição de transações entre instituições financeiras do país e o Irã foram usadas como motivo para o ataque à embaixada britânica.
William Hague, ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, falou em conivência do regime iraniano com o ataque.
Disse que seria "irreal" pensar que a ação na embaixada tenha sido conduzida sem "algum grau de consentimento" das autoridades.
Em discurso no Parlamento, Hague justificou a medida de expulsar os diplomatas iranianos. "Se um país faz com que seja impossível para nós operar em seu território, não pode esperar manter uma embaixada aqui."
Antes das palavras de Hague, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irã disse ser "inaceitável o comportamento de alguns manifestantes em frente à embaixada britânica em Teerã", e que serão tomadas as "medidas necessárias".
Já o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, afirmou que o ataque refletiu a opinião da população de seu país com relação ao Reino Unido.
Alguns especialistas afirmam que a violência reflete uma divisão entre as lideranças do país sobre como agir contra as pressões do Ocidente e uma disputa de poder com vistas às eleições previstas para 2013.
A decisão de expulsar os iranianos foi divulgada pelo governo britânico após seus diplomatas deixaram Teerã.
Segundo Hague, isso não significa o rompimento de relações entre os dois países, mas elas serão mantidas no menor nível possível.
Os Estados Unidos pediram clareza do Irã sobre se protegerão os diplomatas estrangeiros. A Casa Branca também apoiou a medida britânica de expulsar diplomatas iranianos de Londres em resposta aos ataques, que aumentaram ainda mais as tensões entre Teerã e o Ocidente, enquanto o impasse nuclear se aprofunda.
"Estamos buscando alguma clareza do regime iraniano de que eles vão fazer jus as suas obrigações internacionais para proteger o bem-estar e a segurança dos diplomatas", disse Josh Earnest, um porta-voz da Casa Branca.
Earnest também pediu que o Irã condene as mobilizações na embaixada Britânica e demandou que aqueles que participaram do ataque sejam responsabilizados.
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