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Lula: "Nunca estivemos tão perto de um acordo nas negociações de Doha"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (31), em Camp David, nos Estados Unidos, que nunca o Brasil e os EUA estiveram tão perto de um acordo nas negociações da Rodada de Doha -que prevê a eliminação dos subsídios no comércio internacional. "Nunca estive tão otimista", disse ele, ao lado do presidente norte-americano, George W. Bush.

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EUA podem cortar subsídios, mas querem acesso a mercados

O presidente americano, George W. Bush, afirmou neste sábado que os EUA estariam dispostos a cortar substancialmente os subsídios agrícolas se, em troca, tiverem acesso a mercados de bens e serviços. Em entrevista coletiva conjunta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem se reuniu na residência presidencial de Camp David (Maryland), Bush reiterou seu compromisso em alcançar um acordo na Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) e disse acreditar ser possível trabalhar junto com Lula em um acordo para tratar o Brasil "com justiça".

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a atenção para a "ameaça" do aquecimento global neste sábado ao encontrar-se com o norte-americano George W. Bush nos Estados Unidos.

Lula fez um discurso de forte tom ambientalista contra a destruição do planeta pelo efeito estufa, bem no estilo do norte-americano Al Gore, ex-vice-presidente de Bill Clinton e ganhador de um Oscar pelo documentário sobre o tema, "Uma Verdade Inconveniente".

Ele destacou o tema ao discursar para jornalistas, juntamente com Bush, num hangar próximo à residência campestre de Camp David, no estado de Maryland, onde ambos tiveram uma reunião de mais de duas horas.

"O aquecimento global nos ameaça. O problema do aquecimento é concreto e atual. A solução está ao alcance de nossas mãos", disse Lula.

Para ele, o efeito estufa é como uma "doença que vai atingir o planeta todo".

"Ou cuidamos da terra com o carinho que se cuida de um filho, ou todos nós vamos nos arrepender", disse Lula.

Os Estados Unidos, a nação mais poluidora do planeta, mantém uma postura conservadora em relação a causa ambiental negando-se, por exemplo, a assinar o Protocolo de Kyoto, que busca reduzir a emissão global de gás carbônico.

Em janeiro último, Bush finalmente tocou no tema da dependência de petróleo em discurso à nação, e propôs reduzir o uso de petróleo em 20 por cento no país nos próximos dez anos, dando ênfase ao uso de biocombustíveis.

Com a medida, os norte-americanos estão preocupados principalmente em reduzir sua dependência de países produtores de petróleo como Venezuela e Irã.

Lula disse que o ambicioso acordo de cooperação para promover os biocombustíveis assinado por ambos países quando Bush visitou São Paulo há três semanas era uma ferramenta para ajudar a reduzir a poluição do planeta.

Lula destacou o uso de etanol em carros no Brasil e disse que reduziu a devastação da Amazônia em 52 por cento nos últimos quatro anos.

O presidente desembarcou em Camp David de helicóptero as 15h16 (horário de Brasília) acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do assessor especial para assuntos de política externa da presidência, Marco Aurélio Garcia.

Ele foi recebido por Bush e a primeira dama Laura. Depois de falar com a imprensa, no final da tarde, eles voltaram para a residência de Camp David para fazer um jantar leve.

Lula tinha previsto deixar o retiro presidencial as 20h45 e voar diretamente para a base de Andrews e retornar ao Brasil.

Doha e acordos

Lula e Bush mostraram otimismo sobre um possível avanço nas negociações da Rodada de Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Lula disse que os subsídios agrícolas impostos pelos países ricos aos países em desenvolvimento encarecem os alimentos e desestimulam a produção, mencionando a taxação que os norte-americanos impõe ao etanol brasileiro.

"Por isso é preciso ir eliminando as barreiras para o etanol", disse Lula.

Bush disse que sabia da demanda dos brasileiros no tema agrícola e que eles estão dispostos a ceder se tiverem acesso a mercado em países em desenvolvimento para seus produtos e serviços.

O Congresso norte-americano impõe uma tarifa de 0,54 dólar por galão de etanol exportado do Brasil para proteger sua própria indústria do biocombustível feito a partir do milho a custo mais alto. A tarifa vigora até 2009.

Na reunião que qualificou como a "mais produtiva" das que teve com Bush, eles se comprometeram a atuar juntos na África.

Num primeiro momento, pretendem juntar esforços para erradicar a malária em São Tomé e Príncipe e fortalecer os sistema legislativo na Guiné Bissau.

No setor de biocombustíveis, eles anunciaram a realização de um fórum de empresários para atrair o setor privado a investir e promover o uso hemisférico do etanol.

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