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Lula e Chávez visitam projeto construído pela Odebrecht em Laberinto | Juan Barreto/AFP
Lula e Chávez visitam projeto construído pela Odebrecht em Laberinto| Foto: Juan Barreto/AFP

Maracaibo - Um dia depois de apoiar o referendo constitucional da Bolívia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também defendeu ontem a possibilidade de reeleição infinita para o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Lula disse que é o povo quem deve decidir sobre o assunto e que a iniciativa é válida, desde que no processo democrático todos possam concorrer e tenham direito de participar. Ele ressaltou que não defende esse mecanismo no Brasil e que irá trabalhar para eleger o sucessor. Para ele, não se pode comparar o processo venezuelano com o brasileiro, porque são culturas diferentes.

Lula lembrou que até 1988 o mandato do presidente no Brasil era de seis anos. Após a Constituinte, o mandato caiu para cinco anos, sem direito a reeleição. Depois o Congresso reduziu o prazo para quatro anos. O presidente afirmou ainda que, se durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso a economia estivesse bem, certamente apareceria um deputado para propor um terceiro mandato. "Só não é assim no meu governo", comentou.

Para defender a reeleição de Chávez, Lula lembrou ainda que o presidente da Colômbia Álvaro Uribe também tem um movimento em defesa do terceiro mandato: "Por que Uribe quer terceiro mandato e ninguém pergunta?"

O presidente citou ainda o caso de primeiros-ministros europeus que ficaram anos no cargo. Lula participa de encontro com Chávez na cidade venezuelana de Jesus Enrique de Lousada, no estado de Zulia. Os dois visitam um projeto agrário socialista construído pela Odebrecht por US$ 1,8 bilhão. Na região, a oposição a Chávez tem a preferência dos eleitores.

Oposição

A oposição criticou as declarações do presidente Lula sobre o direito à reeleição indefinida na Venezuela.

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, disse que as declarações acabam por estimular os defensores da tese do terceiro mandato no Brasil. "Isso não é bom para ninguém. Toda vez que Lula fala estas coisas estranhas preocupa a todos os democratas." Líder do DEM no Senado, José Agripino (DEM-RN) afirmou que Lula é contraditório ao se apresentar como democrata e defender o continuísmo de Hugo Chávez.

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