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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estranhou que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, tenha apresentado denúncia contra a Venezuela à Organização dos Estados Americanos (OEA), dias antes de deixar o poder. Lula avaliou ontem (23) que a crise entre os dois países da América Latina não deve se aprofundar ou se prolongar, já que o próximo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, vem dando sinais de alinhamento com a Venezuela.

"O que eu, na verdade, estranhei, é que faltam poucos dias para o companheiro Uribe deixar a Presidência da República. O presidente [Juan Manuel Santos] que vai tomar posse tem dado sinais, inclusive na escolha do governo, dos ministros, que tem disposição de um alinhamento com a Venezuela", disse o presidente.

A atitude do presidente Unribe abriu uma crise entre os dois países, o que levou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a romper relações com a Colômbia.

Lula reafirmou que os países evitem interferir nos assuntos internos de outros. "As Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia] são um problema da Colômbia e acho que deve ser tratado como um problema da Colômbia. Os problemas da Venezuela são da Venezuela, devem ser tratados pela Venezuela. Os problemas da Argentina, pela Argentina, os problemas do Brasil, pelo Brasil. Se a gente aprender isso, tudo fica em paz", afirmou o presidente, que deve se encontar com o presidente venezuelano no próximo dia 6 de agosto. Depois de ter encontros na Venezuela, Lula disse que pretende ir à posse de Juan Manuel Santos, no dia 7.

"São dois países extremamente importantes, dois países que dependem um do outro, dois países que têm um comércio com mais de sete bilhões de dólares e que os dois países poderão ir para frente com muito mais facilidade se eles estabelecerem uma programação de construir a paz definitiva entre eles, disse Lula em Caetés.

De acordo com o presidente, a América do Sul perdeu muito tempo no século 20. "A América do Sul discutiu coisas, se subordinou a coisas que não deveria se subordinar... E a América do Sul está vivendo um momento excepcional, com a criação da Unasul [União das Nações Sul-Americanas], a criação do Conselho de Defesa, a criação do Conselho de Combate ao Narcotráfico, e o fortalecimento da economia de todos os países. Então eu penso que a gente está num momento extraordinário de aproveitar esses próximos 20 anos e fazer a América do Sul crescer como nunca cresceu. Agora, se a gente ficar brigando, a gente vai gastar energia com coisa supérflua e não vai gastar energia com coisa positiva", defendeu o presidente.

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