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Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que pretende visitar o colega cubano Fidel Castro no mês que vem. Lula disse que encontraria Fidel após assistir à posse de Daniel Ortega como presidente da Nicarágua, em 10 de janeiro, em Manágua.

"Estava querendo ir à posse de Daniel e dar um pulinho para ver Fidel", disse Lula em conversa com jornalistas. O presidente afirmou que não conversou com Fidel recentemente, mas indicou que o líder cubano está internado. Lula e Fidel são amigos pessoais há anos.

Vários membros do Partido dos Trabalhadores (PT) estiveram exilados em Cuba durante o regime militar brasileiro e mantêm laços próximos com o governo cubano.

Fidel Castro foi a Brasília para a cerimônia de posse do primeiro mandato de Lula, em 1.º janeiro de 2003. O líder cubano não é visto em público desde que um problema de saúde o obrigou a entregar temporariamente o poder, em julho, a seu irmão Raúl Castro.

Fidel Castro, de 80 anos, está sendo tratado em local não-divulgado, mas sua ausência prolongada levantou especulações de que estaria doente demais para governar Cuba e que se aproximava da morte.

Ontem, o presidente do parlamento de Cuba, Ricardo Alarcón, inaugurou a sessão anual da assembléia sem fazer qualquer alusão a Fidel Castro. A sessão foi aberta com a cadeira de Fidel, do lado direito de Raúl, vazia e um breve discurso formal de Alarcón, no qual fez um reconhecimento a deputados e educadores, mas não mencionou a ausência o líder máximo da rebelião cubana.

Em 30 anos de sessões do parlamento cubano, na única vez em que Fidel esteve ausente, em dezembro de 2002, ele publicou uma carta no jornal Granma onde explicou que a "tirania médica" impôs a ele um repouso de três dias por causa de uma inflamação na perda esquerda. Mas, desta vez, até agora não foi divulgada qualquer mensagem do presidente convalescente, a quem os cubanos viram pela última vez em 26 de julho, quando desmentiu versões de sua morte.

Durante a primeira parte da sessão, a única à qual a imprensa estrangeira teve acesso, Raúl Castro ouviu em silêncio os discursos dos ministros da área econômica.

Nos corredores da Assembléia, poucos deputados falavam sobre a evolução da saúde do chefe da revolução. Nem Fidel Castro Díaz Balart, filho mais velho de Fidel, nem Ramón Castro, irmão mais velho do comandante, quiseram dar detalhes sobre o estado do líder cubano.

O dirigente do Partido Comunista de Cuba, Fernando Remírez Estenoz, responsável pelas Relações Internacionais e membro do Comitê Central da legenda, foi um pouco mais explícito e afirmou que Fidel Castro "voltará" a suas funções "no futuro". De acordo com Esenoz, a ausência física de Fidel é compensada pela "presença de suas idéias e de seus pensamentos".

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