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Lula cumprimenta o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o premier de Portugal, José Sócrates, o presidente da Bolívia, Evo Morales, e o premier da Turquia, Recep Erdogan, em evento no Rio: apoio internacional | Ricardo Moraes/Reuters
Lula cumprimenta o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o premier de Portugal, José Sócrates, o presidente da Bolívia, Evo Morales, e o premier da Turquia, Recep Erdogan, em evento no Rio: apoio internacional| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Um dia depois de a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, criticar a aproximação do Brasil com o Irã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ontem a defender o acordo nuclear que mediou ao lado da Turquia.

"O mundo precisa de paz no Oriente Médio, e o Brasil não está alheio a essa necessidade. Com esse propósito, eu e [o ministro brasileiro das Relações Exteriores] Celso Amorim fomos a Teerã buscar uma solução negociada com o presidente [Mahmoud] Ahmadinejad’’, afirmou Lula, durante discurso na abertura do 3º Fórum Mundial de Aliança de Civilizações, no Rio de Janeiro.

Ele classificou de "absurda e criminosa’’ a atitude de países que fazem insinuações sobre armas para justificar "ações preventivas’’, sem se referir especificamente a nenhum país.

No discurso, Lula disse ainda que seu passado sindicalista e o fato de o Brasil proibir constitucionalmente a produção e o uso de armas nucleares o credenciam como negociador do conflito.

Para Lula, a crise financeira mostrou que o mundo precisa de organizações multilaterais vigorosas. Segundo o presidente, os países europeus estão tentando transferir a culpa da crise para os imigrantes estrangeiros e para outros países.

"Eles são incapazes de assumir seus próprios erros. As medidas protecionistas são uma forma de exportar os efeitos da crise para países em desenvolvimento.’’

Na quinta-feira, Hillary afirmou que os Estados Unidos e o Brasil têm "sérias discordâncias" em relação ao programa nuclear do Irã, apesar de as relações bilaterais em outros temas serem boas. Ela disse ainda que o Irã está apenas usando o Brasil, e que atitudes como a do Brasil e da Turquia "tornam o mundo mais perigoso".

Hillary afirmou ainda que o Irã estaria apenas usando o Brasil para ganhar tempo e evitar sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Turquia

Também presente no Rio, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, defendeu a eliminação das armas nucleares e o acordo fechado com o Irã e mediado por Brasil e Turquia. Para Erdogan, a proliferação de armas nucleares é um obstáculo no caminho para a paz mundial.

Em referência aos EUA, mas sem citar diretamente o país, disse que "aqueles que falam desse tema deveriam eliminar as armas nucleares de seus países’’.

O primeiro-ministro fez um apelo para que os países membros da aliança participem da luta contra a pobreza, as armas nucleares e o terrorismo.

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