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Oposição a Maduro

Machado e González prometem “defender” Essequibo como região da Venezuela, mas descartam invasão

Venezuelanos em Lima, no Peru, seguram cartaz com fotos de Edmundo González e María Corina Machado durante manifestação em janeiro (Foto: EFE/John Reyes Mejia)

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Os líderes da oposição da Venezuela, María Corina Machado e Edmundo González, afirmaram nesta terça-feira (1º) que estão “prontos” para defender a região do Essequibo, uma área de quase 160 mil quilômetros quadrados que corresponde a 70% do território da Guiana, mas que Caracas reivindica desde o final do século XIX.

“Venezuelanos, como um governo eleito, temos nossas equipes prontas para exercer a defesa efetiva e responsável da nossa soberania nacional. Elas são compostas pelos profissionais mais competentes e experientes nas áreas jurídica, diplomática, histórica e militar, para representar e defender a Venezuela”, afirmaram num comunicado.

González substituiu Machado como principal candidato da oposição na eleição presidencial da Venezuela de julho do ano passado, porque a oposicionista foi declarada inelegível pela ditadura de Nicolás Maduro.

González foi o vencedor da eleição, mas Maduro promoveu uma fraude eleitoral para se manter no poder. O oposicionista foi em setembro para a Espanha, após ter sua prisão decretada pela Justiça chavista. Ele segue afirmando que é o verdadeiro presidente da Venezuela – posição reconhecida por Estados Unidos, Argentina e outros países.

No comunicado, Machado e González argumentaram que a “defesa” do Essequibo “exige urgentemente a transição democrática ordenada pelo povo venezuelano em 28 de julho [data da eleição], para que o presidente eleito possa conduzir uma política externa séria e responsável que permita avançar” na “legítima demanda até que uma solução satisfatória seja alcançada”.

Entretanto, os dois líderes descartaram “qualquer opção militar para resolver esta questão” e disseram que “este processo exige agora uma defesa jurídica e estratégica abrangente, com a participação dos melhores especialistas, sem manipulação política ou ideológica”.

“A reivindicação ativa do Essequibo foi abandonada irresponsavelmente pelo [falecido ditador] Hugo Chávez por razões eminentemente políticas, chegando até mesmo a apontá-la como um legado da Guerra Fria que a Venezuela não deveria continuar, seguindo as ordens do [ex-ditador cubano] Fidel Castro para bajular os países caribenhos em fóruns como a OEA [Organização dos Estados Americanos] e a ONU, em troca de apoio político”, acrescentaram.

Chávez abriu mão da reivindicação sobre o Essequibo, mas Maduro, seu sucessor, voltou a reclamar soberania sobre a região depois que grandes reservas de petróleo e gás natural foram encontradas na área.

No final de 2023, o ditador promoveu um plebiscito fraudulento no qual a população venezuelana “aprovou” medidas para anexar a área. Desde então, Maduro vem escalando a retórica militar e em maio serão eleitos deputados e um governador para Essequibo como estado venezuelano, durante as eleições parlamentares e locais no país.

Na semana passada, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse que seria “um grande erro” da Venezuela atacar militarmente a Guiana.

Em resposta, o chanceler da Venezuela, Yván Gil, mandou Rubio “tirar o nariz” da disputa de Caracas com a Guiana e Maduro chamou o secretário americano de “imbecil”.

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