O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, convidou nesta terça-feira (23) o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos a voltar a abrir sua representação no país, depois que seu governo a expulsou em meados de fevereiro acusando-a de parcialidade nos seus trabalhos.
“Vamos superar as diferenças, o conflito que tivemos, e estou pronto para receber o enviado de [o alto comissário], Volker Türk (...) quando ele quiser, onde ele quiser”, disse o ditador venezuelano em um ato ao lado do promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, no palácio de Miraflores, sede do governo.
Ele disse concordar com a “proposta de convidar de volta” a equipe do escritório depois que seu governo, em fevereiro, deu um prazo de 72 horas para que ela deixasse o país, onde atuava desde setembro de 2019.
Naquela ocasião, a ditadura venezuelana informou que a expulsão seria mantida até que esse escritório da ONU retificasse “publicamente perante a comunidade internacional sua atitude colonialista, abusiva e violadora da Carta das Nações Unidas”.
Agora, Maduro disse que as portas do Palácio de Miraflores “estão abertas” para conversas sobre “as diferenças” e “o conflito” entre as partes.
“Se você quiser, e eu quero (...), vamos reconstruir pontes com base no diálogo e na comunicação”, acrescentou, em uma mensagem destinada a Türk.
Apesar da expulsão, Caracas alegou ter “disposição de continuar cooperando com os mecanismos internacionais de proteção dos direitos humanos, sempre com base no diálogo genuíno e na estrita observância dos princípios de objetividade, não seletividade, imparcialidade, respeito à soberania e não interferência nos assuntos internos”.
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