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Nicolas Maduro e Domingo Antonio Hernandez Larez, durante um ato militar em Caracas, Venezuela, 07 de julho de 2021| Foto: Divulgação/Palácio Miraflores/Agência EFE/Gazeta do Povo

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, renovou a liderança militar nesta quarta-feira (7), trocando os comandantes do Exército, da Marinha, da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, a polícia militar do país), da Milícia e o chefe do comando operacional estratégico.

Apesar das mudanças, Maduro manteve Vladimir Padrino como chefe do Ministério de Defesa, cargo que ocupa desde 2014. Leal ao chavismo há muitos anos, ele é um dos homens mais importantes do regime, embora acredite-se que seu prestígio entre os militares tenha diminuído devido à crise econômica e humanitária e às invasões de guerrilhas e gangues do narcotráfico em território venezuelano.

"Como é costume a cada 7 de julho, tomei a decisão de fazer uma renovação necessária para a continuidade dos planos, mas para dar nova energia, nova força aos nossos comandantes militares fundamentais", declarou Maduro em uma cerimônia em que oficializou as alterações.

Uma das mudanças mais importantes é a saída do almirante Remigio Ceballos, que estava a cargo do comando operacional estratégico das Forças Armadas há quatro anos e é alvo de sanções internacionais por violações dos direitos humanos. A posição ocupa o terceiro lugar na linha de comando, depois do presidente e do ministro da Defesa, e agora será ocupada pelo major general Domingo Hernández Larez, que até hoje estava a cargo do Exército, como chefe do comando operacional estratégico.

Como segundo comandante, Maduro nomeou o major general Juan Carlos Du Boulay Perozo, que assume o cargo anteriormente ocupado pelo general Pedro Juliac.

"Eles precisarão colocar nova energia em todos os planos de defesa territorial para o desenvolvimento das regiões de defesa integral e o desenvolvimento das zonas de defesa integral, a fim de quebrar os dentes do imperialismo e da oligarquia colombiana se um dia se atreverem a atacar a Venezuela", destacou.

Novos comandantes no Exército e na Marinha

O major general Felix Ramon Osorio, até hoje reitor da Universidade Militar Bolivariana, tomou posse como comandante do Exército. À frente da Marinha, o almirante William Serantes Pinto, comandante desse corpo até hoje, deu lugar ao almirante Alexander Velásquez Bastidas. O general José Silva Aponte agora é chefe da Aeronáutica.

À frente da GNB esteve até agora e durante dois anos o major general Fabio Enrique Zavarse Pabón. Maduro o tirou e nomeou o major general Juvenal Fernández López, que até hoje estava a cargo do Comando Nacional Antiextorsão e Sequestro da GNB (Conas).

O General Manuel Bernal Martínez deixou o comando da Milícia, um corpo armado composto de civis pró-Chávez que foi recentemente incluído como um "componente especial" das Forças Armadas. O Major General Wistohor Gregorio Churio Andrade é o novo titular.

Sob a nova lei, a Milícia adquiriu poderes especiais em inteligência e contraespionagem. Sua missão é "registrar, organizar, equipar, treinar e doutrinar o povo a fim de contribuir para a segurança da nação".

Vários especialistas e oficiais militares aposentados consideram que os membros do grupo paramilitar atuam como espiões para o governo onde estão destacados.

Violações de direitos humanos

As forças de segurança da Venezuela são a principal estrutura que mantém Nicolás Maduro no poder. A cúpula militar do regime é acusada internacionalmente de violações de direitos humanos, prisões arbitrárias e execuções extrajudiciais.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos informou recentemente mais casos de pessoas que foram submetidas a desaparecimentos forçados – quando alguém é detido, mas a família e a defesa não são informadas sobre seu paradeiro. "Essas práticas expõem os detidos a um risco maior de maus-tratos", disse o escritório, que também recebeu denúncias sobre violência sexual contra mulheres em prisão preventiva.

Militares considerados rebeldes são alvos frequentes das prisões arbitrárias do regime. Um exemplo é o do tenente coronel do Exército Igbert José Marín Chaparro, preso desde março de 2018 em uma cela da Direção Geral de Contrainteligência Militar (Dgcim), acusado de conspirar contra a ditadura de Nicolás Maduro. Neste mês, os pais dele falaram à imprensa que as condições em que Chaparro se encontra estão piorando.

"Muitas vezes ele teve o acesso à luz do sol negado, o que resultou em uma forte fotossensibilidade, a ponto de gerar severo desconforto em sua visão ao ser transferido para outro ponto sem os olhos vendados, além disso ele apresenta perda de visão em seu olho esquerdo", disseram os pais do militar, condenado recentemente a sete anos de prisão.

"Como pais, imploramos às autoridades competentes que lhe concedam melhores condições prisionais e façam cumprir a ordem de transferência para a prisão de Ramo Verde (Centro de Processos Militares) emitida pelo Tribunal Marcial em cinco ocasiões", concluíram.

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